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terça-feira, 26 de março de 2024

Mills e o racismo contemporâneo

 Na temporada 2022/2023 do futebol europeu, as notícias de jornais foram inundadas com matérias relacionadas ao futebol e racismo, com destaque para o jogador brasileiro do Real Madrid, Vinícius Junior. Os jogadores, por sua vez, se expressaram contra as agressões verbais vindas das arquibancadas usando da frase de Haile Selassie “Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho nos olhos, haverá guerra.”. O principal time acusado dos atos racistas (Sevilla) foi multado em 5 mil euros e conduziu a expulsão de um torcedor, pena um tanto quanto leve para a escala que os acontecimentos tomaram e suas repercussões.

Esse triste episódio de racismo pode ser interpretado pela visão sociológica de Charles Wright Mills, na sua visão, tudo o que o homem pensa e procura fazer está limitado pela esfera na qual se encontra dentro da sociedade a qual pertence. Dentro do contexto analisado, os torcedores espanhóis, que foram os autores das falas racistas, foram influenciados por essa teoria do comportamento social. Decerto, nem todos os torcedores concordam com essa projeção de ódio, mas é fato que o pensamento individual ganha força ao se incluir em grandes massas.

Ademais, deve-se levar em consideração o racismo estrutural vigente na atualidade, o qual é passado de geração em geração desde o período colonial. Da mesma forma que as esferas sociais impactam na forma de agir do indivíduo, essa também atravessa o tempo, sendo que essa cultura é transmitida pela família e meio social, mesmo que não propositalmente, ou seja, por meio de ações que são reproduzidas pela próxima geração.

Portanto, a fim de que o racismo cesse em escala mundial, as mais diversas bolhas da sociedade precisam ser reformadas. Assim, da mesma forma que o racismo penetrou na sociedade contemporânea de forma intensa, ele será, gradualmente, mitigado.

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