Esta maneira de pensar foi contra tudo oque estava estabelecido naquela época, o pensamento escolástico, baseado fortemente nos filósofos gregos, sofreu um grande golpe, as criticas foram contundentes à falta de objetividade presente nessa vertente de pensamento onde, segundo Bacon, “Os gregos, com efeito, possuem o que é próprio das crianças: estão sempre prontos para tagarelar, mas são incapazes de gerar, pois, a sua sabedoria é farta em palavras, mas estéril de obras", com isso, notando esta necessidade de resultado físico e de produção, podemos observar como esse ideal filosófico foi um dos principais propulsores da sociedade capitalista.
Entretanto, é notável que, este modo de pensar, fechou e abriu novas lacunas na sociedade, o racionalismo foi importante para fomentar a ciência e o pensamento crítico, incentivando a dúvida e a busca de uma verdade sem contradição, em critica a igreja da época e aos pensamentos baseados totalmente nos sentidos, contudo, essa racionalização torna-se muitas vezes infértil no âmbito criativo, tornando a ação do homem mecanizada, anulando um parte da alma humana, um filme que denota esta ideia é o célebre Equilibrium, este filme se passa em um universo distópico onde, após uma guerra mundial, o mundo é controlado por um regime autoritário que impõe que a população tome uma droga chamada Prozium que adormece as emoções, criando assim um sociedade supostamente ''perfeita'', o protagonista, em um espasmo de sanidade e não racionalidade, para de tomar o remédio e reencontra-se com a sua humanidade, pouco a pouco ele começa a notar os pequenos detalhes da vida, passando por um processo iniciático, do qual lembra o memorável diálogo de matrix, onde Neo pergunta à Morpheu " Por que meus olhos doem?" e é respondido por: " porque você nunca os usou antes".
Por fim, é necessário notar como o racionalismo foi importante para a modificação da sociedade, fazendo um contraponto contra os ideais dogmáticos, tornando, assim, a sociedade mais aberta ao diálogo e a crítica, porém, em consonância, esta filosofia, muitas vezes, anula a alma do homem, o tornando um ser mecanizado, parafraseando Ricardo Reis, um dos principais heterônimos de Fernando pessoa: "Deixemos, Lídia, a ciência que não põe
Mais flores do que Flora pelos campos,
Nem dá de Apolo ao carro
Outro curso que Apolo.
Contemplação estéril e longínqua
Das coisas próximas, deixemos que ela
Olhe até não ver nada
Com seus cansados olhos."
NOME: Kaike de Sousa da Silva
TURMA: Direito Noturno - Primeiro Ano1º 1º 1º
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