A forma
como Émile Durkheim apresenta os seus argumentos acerca dos conceitos
pré-estabelecidos em uma sociedade, nos faz pensar em todos os costumes e
hábitos que carregamos a nossa vida toda, e que são tão comuns a ponto de não
serem questionados.
O “ser”
antes mesmo do “existir”, ao qual eu me refiro, significa que, antes mesmo do
seu humano vir ao mundo, ele já é algo. Pertence a certa ordem econômica, a uma
classe social, a uma pátria. Crescerá e será subordinado a uma língua, uma
cultura, e tudo isso não está ao alcance de suas vontades pessoais, e sim está
atrelado à sociedade na qual pertence.
O
sociólogo define: “O fato social é reconhecível pelo poder de coerção externa
que exerce ou é suscetível de exercer sobre os indivíduos; e a existência desse
poder é reconhecível”. Ou seja, o fato social é a construção pré-estabelecida
ao qual o indivíduo está sujeito, independentemente de suas vontades pessoais.
Podemos até supor que, por vontade própria, o homem não queira se submeter às línguas,
moedas e culturas locais. Entretanto, suas atividades estarão condenadas ao
fracasso, uma vez que uma atitude individual não é capaz de mudar toda a
conjuntura a que a sociedade está sujeita, não gerando um novo fato social.
As
atividades consideradas como um padrão para uma sociedade específica são
incorporadas a mente desde o nascimento. Intitulam-se nomes, hábitos, o que se
deve ou não fazer. Nas escolas se ensina as letras, os números, a história que
deve ser aprendida. Porque a História considerada “Clássica” deve ser aquela
construída pelos Gregos e Romanos? Porque a criança não pode aprender na escola
o antigo Império Chinês, ou as grandes construções Maias feitas na América?
É a
partir destes fatos que começamos a observar que a sociedade já possui um
modelo a que todos seguimos, concordemos ou não, e que já faz parte do que
todos nós somos, e do que todos nós sabemos sobre o mundo.
Yasmim Silva Fortes
Direito Noturno
Nenhum comentário:
Postar um comentário