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domingo, 14 de abril de 2013

O "ser" antes da existência humana


               A forma como Émile Durkheim apresenta os seus argumentos acerca dos conceitos pré-estabelecidos em uma sociedade, nos faz pensar em todos os costumes e hábitos que carregamos a nossa vida toda, e que são tão comuns a ponto de não serem questionados.
               O “ser” antes mesmo do “existir”, ao qual eu me refiro, significa que, antes mesmo do seu humano vir ao mundo, ele já é algo. Pertence a certa ordem econômica, a uma classe social, a uma pátria. Crescerá e será subordinado a uma língua, uma cultura, e tudo isso não está ao alcance de suas vontades pessoais, e sim está atrelado à sociedade na qual pertence.
               O sociólogo define: “O fato social é reconhecível pelo poder de coerção externa que exerce ou é suscetível de exercer sobre os indivíduos; e a existência desse poder é reconhecível”. Ou seja, o fato social é a construção pré-estabelecida ao qual o indivíduo está sujeito, independentemente de suas vontades pessoais. Podemos até supor que, por vontade própria, o homem não queira se submeter às línguas, moedas e culturas locais. Entretanto, suas atividades estarão condenadas ao fracasso, uma vez que uma atitude individual não é capaz de mudar toda a conjuntura a que a sociedade está sujeita, não gerando um novo fato social.
               As atividades consideradas como um padrão para uma sociedade específica são incorporadas a mente desde o nascimento. Intitulam-se nomes, hábitos, o que se deve ou não fazer. Nas escolas se ensina as letras, os números, a história que deve ser aprendida. Porque a História considerada “Clássica” deve ser aquela construída pelos Gregos e Romanos? Porque a criança não pode aprender na escola o antigo Império Chinês, ou as grandes construções Maias feitas na América?
               É a partir destes fatos que começamos a observar que a sociedade já possui um modelo a que todos seguimos, concordemos ou não, e que já faz parte do que todos nós somos, e do que todos nós sabemos sobre o mundo.

Yasmim Silva Fortes
Direito Noturno

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