A sociologia nasce com Comte, mas é Durkheim quem propõe sua
institucionalização. Seu objetivo era dar credibilidade a esta ciência, superando
a desconfiança por parte dos intelectuais, que questionavam como seria possível
garantir a imparcialidade científica, dentro dos pressupostos da ciência
moderna, quando objeto de estudo e observador são idênticos; e ainda, como evitar a contaminação da
observação a partir das pré-noções, emoções e paixões do observador. Portanto,
a primeira regra de Durkheim, e a mais fundamental, é que se encare o fato
social como uma “coisa”, afastando-se o observador do objeto de análise.
Durkheim critica a análise ideológica dos fatos, pois
acredita que a sociologia deve se desvencilhar da metafísica e da ideologia.
Somente a partir da observação factível e prática do real é que ela pode ser
formulada como ciência.
Sua proposta remota a Comte, porém, para Durkheim, aquele
apelava para uma noção metafísica da sociologia ao conceber o progresso como o
sentido de toda a história. Inquieta-se com o positivismo comteano, pois
acredita que Comte se distanciou da verdade ao valorizar sua percepção sobre a
História e não a compreensão desta em si, pois ao invés de se debruçar sobre os
fatos, procurou compreender a História a partir de suas pré-noções. Para
Durkheim, o papel do sociólogo não deve ser tomado pela sua percepção, e sim
pela análise e compreensão dos fatos concretos.
Desse modo, ele remete a perspectiva baconiana de sempre investigar
e descobrir a verdade a partir do real e do concreto. A superação da
especulação metafísica, a partir da observação dos fatos reais, fundamenta o
método sociológico em uma base densa e rigorosa, ancorando-o no conhecimento
científico.
Ana Beatrz Cruz Nunes - 1º ano Direito noturno
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