É
interessante observar a influência da mídia sobre a sociedade e ainda mais
sobre o indivíduo. Parece que as palavras de Émile Durkheim estão mostrando que
ele sempre teve razão sobre os fenômenos sociais. Não só da mídia, mas também
de verdadeiros guias que a esfera social impõe sobre o indivíduo, com a escola,
com a moda, com a arquitetura.
As redes de
televisão no Brasil fazem de tudo para serem as donas da verdade. As revistas
impõem o que o povo deve pensar, sem um convite a uma análise crítica. Apenas
nove ou dez famílias controlam as informações no Brasil. A moda, tão mutável e
libertina, aprisiona as pessoas no pensamento do perfeccionismo. É uma
verdadeira prisão.
Émile
Durkheim diz que um indivíduo jamais conseguiria, na sua individualidade, constituir
com suas ações um fato social. Um fato social, como o casamento, mesmo que seja
algo sentimental não é fruto da esfera
orgânico-psíquica, mas atitudes que revelam um “estado de alma coletivo”, uma
busca da sociedade que se manifesta no indivíduo.
É uma
maneira de ver a sociedade parecida com Maquiavel, “os fins justificam os
meios”, não importa se alguém será sufocando a opinião de alguém. O que importa
é os moldes culturais guiarem uma sociedade. Essas instituições levam a risca
apenas essa parte da ideologia de Durkheim.
Transformaram Durkheim em Maquiavel.
A
sociologia na época de Durkheim estava se consolidando nas universidades, a
prevalência da sociedade no estudo dessa disciplina foi importantíssima para
dar continuidade ao trabalho de Comte. Esse distanciamento de ideologias, a
“frieza científica”, deve ter servido para a época, para cessar os olhares de
desconfiança e inclusive para os próprios humanos. Mas até quando se apoiará
uma mentalidade que sufoca as experiências individuais em favor da preservação
da sociedade?
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