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domingo, 14 de abril de 2013

Fizeram de Durkheim, Maquiavel


É interessante observar a influência da mídia sobre a sociedade e ainda mais sobre o indivíduo. Parece que as palavras de Émile Durkheim estão mostrando que ele sempre teve razão sobre os fenômenos sociais. Não só da mídia, mas também de verdadeiros guias que a esfera social impõe sobre o indivíduo, com a escola, com a moda, com a arquitetura.

As redes de televisão no Brasil fazem de tudo para serem as donas da verdade. As revistas impõem o que o povo deve pensar, sem um convite a uma análise crítica. Apenas nove ou dez famílias controlam as informações no Brasil. A moda, tão mutável e libertina, aprisiona as pessoas no pensamento do perfeccionismo. É uma verdadeira prisão.

Émile Durkheim diz que um indivíduo jamais conseguiria, na sua individualidade, constituir com suas ações um fato social. Um fato social, como o casamento, mesmo que seja algo sentimental não é fruto da esfera        orgânico-psíquica, mas atitudes que revelam um “estado de alma coletivo”, uma busca da sociedade que se manifesta no indivíduo.

É uma maneira de ver a sociedade parecida com Maquiavel, “os fins justificam os meios”, não importa se alguém será sufocando a opinião de alguém. O que importa é os moldes culturais guiarem uma sociedade. Essas instituições levam a risca apenas essa parte da ideologia de Durkheim.  Transformaram Durkheim em Maquiavel.

A sociologia na época de Durkheim estava se consolidando nas universidades, a prevalência da sociedade no estudo dessa disciplina foi importantíssima para dar continuidade ao trabalho de Comte. Esse distanciamento de ideologias, a “frieza científica”, deve ter servido para a época, para cessar os olhares de desconfiança e inclusive para os próprios humanos. Mas até quando se apoiará uma mentalidade que sufoca as experiências individuais em favor da preservação da sociedade?

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