Para
Durkheim, o estudo do homem no âmbito sociológico deve ter como
base a coletividade das relações, uma vez que se desconsidera o
indivíduo isoladamente pois este está inserido em uma “realidade
social objetiva”. A palavra-chave da vertente sociológica
durkheimiana talvez seja “sociedade”. Essa seria a matriz de
todas as exterioridades do homem, que determina seus pensamentos,
sentimentos e toda sua a gama de ações, caracterizando um “fato
social”.
Ao
estudar os fatores coercitivos impostos pelo próprio homem ao homem,
Durkheim sistematiza a formação dos padrões culturais,
psicológicos, morais, e comportamentais dentro de uma sociedade. Tal
processo é responsável pela determinação do engajamento do homem
nas relações sociais de uma comunidade, em que o comportamento
desviante de um indivíduo pode gerar sanções espontâneas na
sociedade, que emergem em razão de uma conduta não adaptada à
estrutura do grupo, ou sanções legais, quando estas foram
prescritas em formas de lei.
A teoria
de Durkheim, fundamentada no século XIX, perpassou séculos e
reitera-se nas eras contemporâneas. O cerceamento da criticidade dos
indivíduos ocorre devido à homogeneização criada e determinada
pela própria sociedade, que busca por padrões culturais e
comportamentais. Tal processo de formação da cultura remete-nos aos
estudos de Adorno e Horkheimer, em que se enfatiza o potencial da
mídia na determinação de tais “padrões”, manipulando o
consumo de ideias e produtos da burguesia ditadora que detém os
meios de comunicação.
Por
outro lado, fortifica-se cada vez mais grupos que se opõem a essa
estruturação social e buscam, através de atitudes comportamentais
ou ideológicas, aproximar-se de uma autonomia pessoal, independente
dos valores ditados pela maioria. Assim como também surgem grupos
extremistas que, em nome de um “ideal” conservador, combatem à
individualidade, como ocorre nos ataques a indivíduos homossexuais.
É
evidente a influência da sociologia de Durkheim no mundo
contemporâneo, sendo que a globalização é a figuração
generalizada da sociedade formadora de regras e posturas sociais.
Faz-se necessário a reformulação de princípios individuais que
primem pela valorização da autonomia. A afirmação de uma
“sociedade orgânica” formadora da homogeneização social não
deve impedir a liberdade particular do indivíduo em optar pelo que
lhe parece melhor.
Gabriela Giaqueto Gomes - 1º noturno.
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