Pioneiro na legitimação da sociologia como ciência estudada dentro da universidade francesa do século XIX, Émile Durkheim (1858-1917) é um dos nomes mais respeitados no que tange ao estudo das relações na sociedade.
Seu método sociológico baseia-se no maior distanciamento possível entre o observador e o objeto a ser analisado (no caso, o próprio ser humano), promovido por meio da observação do fato social com sendo uma "coisa", exterior e inerente ao homem, capaz de realizar sobre ele uma força coercitiva.
Mas o que vem a ser "fato social" para Durkheim? Ele defende que "é toda maneira de agir, fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior", não podendo ser, de modo algum, encarado como mero fenômeno resultante da maneira de agir de determinado grupo de pessoas.
A principal finalidade de tal distanciamento é, para o sociólogo, evitar que interfiram na observação dos fatos ideologias ou opiniões pré-determinadas na mente do observador, tendo em vista que o objeto é, de certa forma, ele próprio, o que acaba por tornar mais fácil uma possível distorção da realidade.
A crítica passível de ser feita, porém, quanto ao método de estudo Durkheimiano, é justamente o fato de ser, sob certos aspectos, utópico. Apesar do grande esforço empregado para que haja o distanciamento necessário perante o objeto, não se pode ignorar que, ainda sim, tal objeto será o próprio observador.
Olhando por essa óptica, é inegável, portanto, que quaisquer teorias acerca da sociedade terão, inevitavelmente, a percepção pessoal daquele que observa, embutida em si.
- Iara da Silva, Direito Noturno
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