Émile Durkheim foi um importante filósofo e sociólogo
pós-positivista do século XIX, uma vez que foi ele quem buscou definir o objeto
e o método de estudo da Sociologia.
Consoante a Durkheim, o objeto da Sociologia é o fato
social, o qual consiste em uma maneira de pensar ou agir que tem como
características a exterioridade- fato social é colocado pela sociedade-, a
generalidade - fatos são introjetados pelo indivíduo- e a coercitividade- são
capazes de obrigar as pessoas a se comportarem de uma determinada maneira.
Dentro desse contexto, como pretendia fazer da Sociologia
uma ciência racional e objetiva, Durkheim postulou como princípio fundamental
do método sociológico que o fato social deve ser observado como uma coisa,
assim como os objetos de outras ciências, criando um distanciamento entre o
investigador e o que está sendo estudado. É mister o pesquisador se desprender de
suas pré-noções- valores e crenças- para chegar em uma verdade absoluta. As
coisas nos levam às ideias. Além disso, os fatos sociais devem ser
compreendidos em razão da coerção que exercem sobre os indivíduos.
Essa perspectiva durkeimiana de fato social como coisa e de
criar métodos de estudo para a Sociologia remonta a Comte. Entretanto, Durkheim
critica a postura de Comte quando este concebe o progresso como o sentido de
toda a História. Para aquele, cada estrutura social tem uma forma de
funcionamento próprio, logo, devem ser estudadas dentro de suas próprias
perspectivas a fim de não se distanciarem da verdade.
A atualidade da teoria durkheimiana é evidente, visto que
alguns princípios por ela defendidos ainda são utilizados. A exemplo da
problemática está a questão de observar os fatos sociais como coisas. Hoje, é
fundamental que exista um distanciamento entre determinados profissionais-
médicos, advogados- e seus objetos de estudo, os quais geralmente são pessoas,
para que possam ser feitas análises racionais de seus casos. Vale ressaltar que
o fato social explica as diferentes decisões que tomamos durante a vida ao
propor que, muitas vezes, somos condicionados a agir de determinada maneira.
Marina Cavalli - direito diurno
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