Muito se discute
sobre a teoria socialista e a sua capacidade de se adequar ou não a realidade
da sociedade do século XXI. O que se precisa entender, no entanto, é que a
teoria socialista não foi criada como oposição ao capitalismo, mas como uma
possível organização econômico-social para a superação deste que é o modelo
atual. O socialismo é, portanto, consequência do modelo capitalista, é
proveniente do capitalismo.
O socialismo não
desconsideraria os avanços conquistados com o modelo econômico atual, mas teria
como um de seus principais objetivos socializar esses avanços.
Um dos pontos
defendidos não só por Marx, mas pelos socialistas em geral, é a dialética. A
dialética seria a existência de um fato (tese) que provocaria uma negação
(antítese) e, decorrente desse conflito, originar-se-ia uma síntese. Um exemplo
dessa afirmação seria a recente aprovação do STF ao aborto de anencéfalos. A
tese seria o nascimento e a consequente morte desses bebês ou até mesmo o
nascimento sem vida, a antítese seria os apelos sociais pelo direito ao aborto
e a síntese a aprovação do tribunal.
A própria
existência da dialética na sociedade e de questões como a exploração do
trabalho são provas de que a teoria socialista continua, pelo menos em partes,
atual. Negar tal fato seria o mesmo que negar a sociedade capitalista.
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