Qualquer mudança
substantiva no direito passa pela expansão do acesso à justiça e da difusão do
ensino jurídico. O direito deve ser capaz de atender às novas questões
contemporâneas, o que faz necessária a expansão do acesso ao conhecimento do
direito. Com esta expansão, segundo Boaventura de Sousa Santos, o direito deixa
de ser um instrumento hegemônico de alienação e se torna um mecanismo de luta contra-hegemônica.
Contudo, o autor
cita que o fato de existir a juridicização econômica e do bem-estar social
acaba por acarretar no aumento da litigação e a sobrecarga dos tribunais, o que
pode afetar nos resultados. Deve-se haver uma sentença que prime pela qualidade
e pela igualdade, sendo este mais um dos fatores que mostrem a necessidade de
transformação do direito. O direito deve se mover para que haja, de fato,
justiça.
Ainda há, no texto
do autor, notas sobre a importância da atuação da Defensoria Pública, que atua
muitas vezes em áreas onde o direito convencional não consegue enxergar, ou
seja, o que ainda não foi colocado como problema de interesse público. Utilizando
a Defensoria Pública como exemplo, o autor mostra que se deve ampliar o direito
a outras áreas, já que muitos problemas sociais ainda não foram contemplados
nos tribunais.
Como visto em
aula, ainda existem grupos considerados como vulneráveis que ainda não foram
contemplados pelo direito e que sofrem com as deficiências da Defensoria. Esta
é mais uma situação que mostra que o direito deferia ser mais difundido e de
mais fácil acesso para que assim realmente atenda a todos.
Para o autor, esse
acesso ao direito também passa pelo escopo dos defensores públicos, que
poderiam, através de ações públicas, proporcionar ações de integração. Outra
forma de aproximar o direito da população seria através de acessórias jurídicas
populares, inclusive formadas por universitários, que vinculariam o
conhecimento à prática jurídica e à população. Deste modo, além de levar o
conhecimento, os operadores do direito também tem a capacidade de ter um
contato mais próximo com a população e a oportunidade de compreender as
questões sociais mais de perto.
Para que haja a
inclusão da sociedade dentro de questões jurídicas, um dos métodos seria a
ampliação do conhecimento do direito e a expansão do acesso à justiça. Com isso,
é necessário que haja o empenho dos estudantes e dos operadores do direito para
que o direito seja facilitado e inclusivo. Se esta inclusão for efetiva, os
muitos grupos sociais marginalizados em nossa sociedade teriam maiores
ferramentas de representação e de luta.
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