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domingo, 22 de agosto de 2021

Entregando a vida

 

O Homem que não detém os meios de produção sempre foi tratado como objeto, no mundo industrial. Hoje, com o mundo globalizado, esse cenário não mudou quase nada, já que a os direitos do trabalho atualmente estão escassos em diversas áreas, onde o trabalhador conta com a falta de estabilidade, falta de um salário fixo etc. enquanto os detentores dos meios de produção, assim como na sociedade das revoluções industriais, acumulam mais capital e se tornam mais ricos todos os dias.

As relações de produção- teorizada por Karl Marx- foram sucateadas com o passar do tempo, pois é mais lucrativo não oferecer os direitos necessários ao trabalhador, não o enxergar como humano e sim como objeto, do que disponibilizar as condições ideais para a realização do trabalho. Muitos trabalhadores do século XXI não possuem vínculo formal com a empresa para que prestam serviços, e dessa maneira dependem unicamente de seu esforço ativo já que não são dadas garantias.  Um exemplo evidente são os entregadores de aplicativos de entrega, que possuem uma jornada de trabalho que ultrapassa todas as condições que um ser humano pode suportar.

Casos como o de Diógenes, que ao ser demitido de seu emprego após o início da pandemia do Covid-19 tornou-se entregador para alimentar sua família, que depende de sua renda. O entregador relata que desde o início das atividades sua jornada chega a 12 horas, sem intervalos. Diógenes ainda relata que ao se machucar e ficar dez dias parado, sua renda foi zerada, já que não é previsto nenhum tipo de seguro- nem o INSS.

Por outro lado, enquanto homens como Diógenes não conseguem o mínimo necessário para ter um trabalho digno- com direitos que respeitem a saúde do trabalhador- megaempresários continuam mais ricos a cada dia, por consequência das aberturas disponíveis para o acúmulo de capital, ou seja, enquanto os direitos de um são totalmente estritos os de outros são completamente amplos. Jeff Bezos, CEO da Amazon,  ficou 24 bilhões de dólares mais rico durante a pandemia, realizando uma viagem para a lua no ano de 2021, enquanto a realidade de muitos era trabalhar para ter o que comer.

Com isso, fica evidente que a estrutura social pouco se alterou com o passar dos séculos, visto que até hoje direitos essenciais para um trabalho digno são negados ao trabalhador. Além disso, é claro que o acúmulo de capital continua sendo a essência do capitalismo, com empresários priorizando o lucro máximo e não a vida do trabalhador.

Pedro Cardoso - 1° ano Matutino 

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