A fim de realizar uma análise marxista da realidade contemporânea, é necessário compreender o atual sistema econômico, e este é o capitalismo. O sistema capitalista se impõe de maneira global e se expressa na vida cotidiana das pessoas, além da abrangência mundial que tem as condições materiais nessa lógica. De acordo com a obra de David Harvey, o capitalismo passa por um momento de ``acumulação flexível´´, em que a indústria mundial e o setor financeiro passam por flexibilidade espacial e material que acaba por moldar o direito trabalhista. O neoliberalismo seria a definição para a ideologia capaz de operacionalizar essas transformações que o sistema do capital passou nos últimos 60/70 anos.
Nessa nova lógica do capital, a organização administrativa abandona o tipo da ``pirâmide´´ e passa a adotar o pensamento em ``rede´´, de acordo com Sennett. O resultado dessa (re)organização do capital é essa flexibilidade e falta de estabilidade, no que tange a empregos e empresas. O risco passa a ser uma característica do cotidiano que leva a uma visível pandemia de ansiedade e, com isso, é notável uma alienação tão naturalizada que o indivíduo aceita a realidade sem questionar (por exemplo, uma demissão sem causa aparente é justificada como ``parte de como é o mundo de hoje´´ ou ``é a vida, trate de aceitá-la como é´´). Essa alienação é causada pela consciência coletiva que é feita a imagem e semelhança da burguesia contemporânea.
Portanto, a estabilidade financeira é vista como ``algo de outro mundo´´ nos dias de hoje e, assim, a sociedade está cada vez mais exposta diante das tormentas do tempo do capital.
Vitor Raffaini Gheralde- 1 ano direito matutino
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