O
caso pinheirinho foi bastante emblemático, foi uma reintegração de posse de uma
gleba em São José dos Campos, que pertencia a uma empresa falida do empresário
Naji Nahas, que está parada a anos e não estava cumprindo a sua função social,
com uma área grande o suficiente para servir de moradia inicialmente a 300
famílias e chegou a 1,500 mil famílias que não tinham onde morar. Após 8 anos
de ocupação todas essas famílias foram retiradas de suas casas a força, por
meio de uma ação policial, que contava com mais de 1,500 policiais militares
armados e com bombas de gás lacrimogênio.
Além
da truculência da ação policial durante a desocupação, o que chamou atenção foi
como se deu o trâmite legal que culminou na reintegração de posse do terreno,
que desde o primeiro ano teve pedidos na vara da cidade, houve pedidos
inclusive para cortes de água e luz de pinheirinho, um completo absurdo, mas
que foi derrubado somente em última hora. Aquelas famílias estavam lutando por
algo básico, apoiado pela Constituição Federal de 1988, que é o direito a
moradia, além de quem a ocupação se deu em uma imensa área que estava desocupada
a anos, e pertencia a massa falida de uma das empresas do empresário Nahas.
Vale
ressaltar que estava tramitando nas três esferas do governo um processo com o
intuito de regularização fundiária, de modo a assegurar que as famílias que ai
viviam teriam de fato, conforme manda a lei, o acesso a moradia, nessa
negociação a empresa havia concordado em suspender a ação de reintegração de
posse por um período, mas mesmo assim a juíza insistiu no cumprimento imediato
da reintegração. A justiça Federal veio favorável a todos moradores da região, mas
a esfera estadual insistiu na posição contrária, por mais que todas as leis
estivessem favoráveis aos moradores inclusive a união.
Ao
analisar o caso pinheiro na perspectiva do Michael McCann, fica claro que o
poder judiciário possuí uma posição política muito forte no cenário de assegurar
o direito, trazendo imensos impactos para a sociedade. Por mais que o direito assegure
alguns direitos sociais para os cidadãos é quase inevitável a necessidade de
acionar o poder judiciário. O caso Pinheirinho deixa evidente essa posição do judiciário,
nessa luta por um direito básico e fundamental, com todo apoio nas leis e com
apoio da esfera Federal, o poder estadual saio em defesa de Nahas, uma decisão
quase que criminoso, indo em antagonismo as leis. Evidentemente, o direito
positivado não possui forças sozinho, de modo que para a sua real afirmação é
necessário o apoio dos juízes.
Cássio Goulart - Direito (2ºsemestre-Diurno)
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