Recentemente no Supremo
Veio à tona a discussão
O aborto de anencéfalos
É crime ou não?
Mas, desde já, notemos
Um erro conceitual
Essa prática nem é abortar
Em seu sentido literal
Deixe que eu me explique
Por um minuto esqueça da batina
O aborto pressupõe
A possível vida extra uterina
Se não há sequer o funcionamento do cérebro
Como falaremos em seres vivos?
A questão, então, é sobre as mulheres
E seus direitos reprodutivos
E nem venha com esse papo
De ética, religião ou moral
Porque, escolher um lado nessa briga,
Não é função estadual
Um Estado laico como o nosso
Não pode assumir tal posição
Ele, sim, deve garantir
Que cada indivíduo possa seguir sua convicção
E nem precisa ser “doutor”
Pra defender a Joana, Ana ou a Mariana
Basta que respeitemos
A dignidade da pessoa humana
Já dizia Bourdieu
Que o capital simbólico legitima o poder
Então na sociedade do patriarcado, machismo e cristianismo
A mulher tem que obedecer?!
Pois é, meu amigo
Bem-vindo a nova geração
Agora, Ela pode decidir
Continuar ou interromper essa gestação
Gabriel Chiusoli Ruscito – 1® ano, Direito noturno
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