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segunda-feira, 7 de outubro de 2019


O filme Madame Satã, dirigido por Karim Aionuz, relata a realidade de João Francisco dos Santos, um travesti no Rio de Janeiro, mais especificamente na Lapa, durante a década de 1930. O filme, juntamente com a discussão com o coletivo Casixtranha no cine debate da VI Semana de Sexualidade e Gênero, tratou da violência sofrida pelos LGBT+, do preconceito, da marginalização e das mortes.
Uma fala no cine debate que ilustra o que foi retratado foi a apresentação do fato de que, durante a Operação Tarântula (realizada durante o período da Ditadura Militar e tinha o objetivo de prender travestis nas ruas de São Paulo), os travestis se cortavam, pelo corpo inteiro, com navalhas, pois assim os policiais não chegavam perto para prendê-los.
Num país que trata o grupo LGBT+ dessa forma, em que o governo faz operações para prendê-lo, era mais do que necessário alguma medida para tentar mudar essa realidade. Além disso, o Brasil é o país que mais mata LGBT+ no mundo: uma pessoa desse grupo morre a cada 23h; a expectativa de vida de uma pessoa trans é de 35 anos.
A criminalização da homofobia e da transfobia veio, finalmente, pela ADO 46, em junho de 2019. Essa decisão firma a garantia de direitos fundamentais e constitucionais dos LGBT+, que antes eram apenas direitos formais e não materiais. É uma população que sofreu muito, ainda sofre, e é necessário uma reparação para tudo aquilo que o Brasil causou à ela.



Isabel de O. Antonio - matutino

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