O filme Madame Satã, dirigido por
Karim Aionuz, relata a realidade de João Francisco dos Santos, um travesti no
Rio de Janeiro, mais especificamente na Lapa, durante a década de 1930. O
filme, juntamente com a discussão com o coletivo Casixtranha no cine debate da
VI Semana de Sexualidade e Gênero, tratou da violência sofrida pelos LGBT+, do
preconceito, da marginalização e das mortes.
Uma fala no cine debate que ilustra o que foi retratado foi a apresentação do fato de que, durante a Operação
Tarântula (realizada durante o período da Ditadura Militar e tinha o objetivo
de prender travestis nas ruas de São Paulo), os travestis se cortavam, pelo
corpo inteiro, com navalhas, pois assim os policiais não chegavam perto para
prendê-los.
Num país que trata o grupo LGBT+ dessa
forma, em que o governo faz operações para prendê-lo, era mais do que necessário
alguma medida para tentar mudar essa realidade. Além disso, o Brasil é o país
que mais mata LGBT+ no mundo: uma pessoa desse grupo morre a cada 23h; a
expectativa de vida de uma pessoa trans é de 35 anos.
A criminalização da homofobia e da
transfobia veio, finalmente, pela ADO 46, em junho de 2019. Essa decisão firma
a garantia de direitos fundamentais e constitucionais dos LGBT+, que antes eram
apenas direitos formais e não materiais. É uma população que sofreu muito,
ainda sofre, e é necessário uma reparação para tudo aquilo que o Brasil causou
à ela.
Isabel de O. Antonio - matutino
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