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segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Existir


O filme Madame Satã (2002), estrelado por Lázaro Ramos, exemplifica claramente a vida dificultosa daqueles que são distintos de padrões construídos e impostos socialmente. Nesta perspectiva, o preconceito enraizado, a discriminação e a falta de oportunidades presentes na vida de indivíduos integrantes de grupos minoritários é exposto com exatidão no longa demonstrando os obstáculos que Madame Satã luta para conquistar seu espaço e realizar seus anseios de ser conhecida artisticamente. Essa situação, mesmo que ocorrida na década de 30, ainda é realidade do grupo LGBT principalmente de pessoas transgêneros e transsexuais que diariamente são vitimas de piadas e até mesmo correm o grande risco de morte em uma sociedade patriarcal e machista.
Diante deste quadro, é de extrema importância que em espaços educacionais, como a universidade, tragam essa discussão ao público para que esses indivíduos excluídos e marginalizados possam ter voz na comunidade. Assim, a VI Semana de Sexualidade e Gênero, evento organizado por alunos da Unesp, trouxe a questão em debate baseando-se no filme citado acima e o relacionando com o que muitas pessoas ainda vivenciam diariamente, o preconceito. Dessa forma, houve informações históricas sobre grupos no Brasil que buscavam a eliminação cruel desses indivíduos para que a ordem e o poder fossem mantidos.
Neste sentido, a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão 26 aborda sobre a criminalização da homofobia e transfobia apresentando um grande passo para aqueles que precisam notoriamente da proteção do Estado. E também, para o ministro Lewandowski, esse passo do judiciário é antes de tudo obrigatório, uma vez que a Constituição prevê a punição de qualquer tipo de discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais presentes no artigo 5°, inciso XLI. Desse modo, a mobilização do direito tem papel de extrema importância para que não só diversas vidas brasileiras sejam resguardadas, mas também de diversas Madames Satãs que apenas desejam ter seu direito básico de existir.

Ana Laura Albano – 1° Direito (noturno)

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