A mobilidade social é almejada na Europa,
sobretudo, a partir da Época Moderna, momento em que uma burguesia pretende
conquistar, finalmente, reconhecimento ante não somente a riqueza proporcionada
aos Estados vigentes, mas ao trabalho empreendido. Em contraposição a esse
objetivo, no século XIX, Augusto Comte idealiza que, com a sociedade em seu
estado positivo, as alterações dos “lugares sociais” seriam prescindíveis e,
dessa forma, esses corroborariam para o progresso ininterrupto. De acordo com
essa lógica, o presidente Michel Temer, discretamente, propõe a estaticidade social tratada, a partir da recuperação do lema positivista: Ordem e Progresso. No entanto, neste caso, o desenvolvimento dito não ocorre. Desse modo, as desigualdades tendem a
ascender, enquanto, os direitos sociais de uma maioria pobre regredir junto às
perspectivas para melhoria de vida.
Uma sociedade em estágio positivo é
satisfeita com as posições sociais e trabalhos como de lixeiro, desvalorizado
por muitos no Brasil, é tão digno quanto de um juiz. Nesse sentido, a
estaticidade social, apesar de pressupor superioridade no que condiz ao campo
científico, não é promotora intrínsica da hierarquização laboral ou de enormes
desigualdades. Não obstante, a defesa do moto positivista por Temer é feita em
uma conjuntura distante do estado positivista de Comte, de maneira que as disparidades, exorbitantes no país, não permitam que a satisfação com o “lugar
social” seja sequer uma realidade. Dessa forma, a ordem promovida pelo presidente é ineficaz
e incita o retrocesso de lutas da população brasileira menos enobrecida. Tal situação
é ilustrada, por exemplo, na explosão da estrutura social do Rio de Janeiro,
resultando em uma brutal intervenção federal e, assim sendo, na morte de
Marielle Franco - mulher negra, proveniente da favela e ativista dos Direitos
Humanos - o que ilumina o caos de se aplicar um lema utópico e , no caso, distorcido, em uma nação.
A ordenação a fim de se
progredir no Brasil atual é, portanto, dissonante da essência positivista de
Augusto Comte. Dessa maneira, observa-se que esse processo, repleto de arbitrariedade
e aniquilação de fontes ativas para maior igualdade ou harmonia social, representa
um movimento que afronta bruscamente os direitos humanos no país e corrobora
para maiores desajustes social, ou seja, a mobilidade além prejudicada passa a ser, em análise profunda, vista com maus olhares.
Júlia Marçal Silva, 1º ano de Direito noturno
O positivismo de Augusto Comte não é uma contraposição á mobilidade social,pelo contrário o positivismo defende a educação gratuita,cientifica,laica e universal para todos homens e mulheres,ricos e pobres a fim de que educados e preparados cada um possa transformar a sua vida em algo melhor com trabalho honesto e dedicação,de maneira que até os mais pobres poderão subir intelectual e socialmente(enriquecer),o positivismo foi a primeira doutrina a defender o direito dos trabalhadores bem como a oportunidade igual para todos,ou seja é bem diferente do que o discurso socialista/gramscista-marxista dos meios acadêmicos ensinam aos alunos das nossas escolas e universidades.Quanto ao governo de Michel Temer querer fazer qualquer ligação deste com o positivismo é no mínimo uma atitude que demonstra uma má intenção,caluniadora e desinformadora quanto a realidade dos fatos,pois o governo de Temer não tem nada haver com o positivismo.
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