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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Protestantismo intrínseco

Na obra “A ética protestante e o espírito capitalista”, Max Weber discorre acerca da influência puritana no fortalecimento do capitalismo enquanto ordem econômica. Para dissertar sobre os motivos que levaram a sociedade ocidental a adotar o protestantismo como uma corrente religiosa robusta e vindoura deve-se ligar o raciocínio diretamente a consolidação do capitalismo.
O autor afirma que o capitalismo não pode ser considerado simplesmente como uma ambição desenfreada e insana. A cobiça humana sempre esteve presente, muito antes de o capitalismo surgir como sistema econômico. Pode-se dizer que a racionalização dessa ambição é fruto do capitalismo, que faz com que o homem busque frutos de seu trabalho com objetivo de se projetar economicamente.
Em paralelo às atividades econômicas da vida humana encontram-se as atividades religiosas. Durante toda a história da humanidade o homem buscou explicações religiosas para o que a vida terrena considerava vaga. As religiões, de maneira especial as orientais, buscavam garantir uma vida serena e calma para além da morte. O protestantismo rompe essa ideia e alia religião a desenvolvimento econômico constante.
Dessa forma, o trabalho de agora e seu sucesso passa a significar benção divina. “Se eu ganho dinheiro com meu ofício é porque Deus apoia meus passos e, portanto, devo focar minha vida no trabalho e somente no trabalho para que continue sendo agraciado por Ele.” Seguindo essa linha de pensamento o protestantismo torna-se um combustível com uma capacidade energética explosível para a produção exorbitante, o constante acúmulo e o crescente investimento.
A grande questão proposta em classe é: somos todos protestantes? Sim. Somos protestantes não por proferir aquela determinada fé, mas por sempre justificarmos nossa ambição em um merecimento intrínseco. Assim, o instinto animal, irracional e selvagem de querer sempre mais é “eufemisado” a um ato racional. Mais uma vez caímos na racionalização de instintos, mais uma vez caracterizamo-nos capitalistas.

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Tema: Somos todos protestantes?

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