O século XVI foi marcado por um sem número de fenômenos capazes de reestruturar toda a ordem vigente, destes fenômenos destacaram-se a Reforma Protestante, a ‘descoberta’ da América, a consolidação dos Estados nacionais e a fixação do capitalismo. É exatamente sobre este último que o presente texto discorrerá mormente com o fito de investigar o fator principal que permitiu o advento e a consolidação do supra-citado modo-de-produção, para tal o respaldo teórico utilizado será Max Weber.
Todas as mudanças contextualizadas no advento do capitalismo foram fatores que permitiram a estruturação deste, no entanto, uma é entendida por Max Weber como a mais relevante, a Reforma Protestante. Esta possuía características como a moralização da vida, a regularização das condutas, ela era uma filosofia racionalista, o que foi de exaltada importância para firmar os primeiros elementos tipicamente capitalistas como a racionalização contábil, a racionalização científica ( o capitalismo é o único mode-de-produção que utilizou a ciência, a tecnologia nos seus empreendimentos a fim de aumentar a produtividade) e a racionalização jurídica ( são contemporâneas as revoluções burguesas e a constituição dos primeiros códigos, afinal, são as imposições do Direito que garantem a propriedade, o cumprimento de contratos, as regras básicas de investimento ). Foi a racionalização do Protestantismo que permitiu a acumulação, entendida à época como virtude, o trabalho era interpretado como vocação, a concentração mental , o sentimento de dever, a economia rígida que derivava dos ensinamentos religiosos protestantes educaram os homens com o espírito do capitalismo, por isso Max Weber afirmou em ‘A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo’ : “O ganho de dinheiro na moderna ordem econômica é, desde que feito legalmente, o resultado e a expressão da virtude e da eficiência em certo caminho; e essas eficiência e virtude são, como agora se tornou fácil de ver, o alfa e o ômega da verdadeira ética (...)” e ainda “O homem é dominado pela geração de dinheiro, pela aquisição como propósito final da vida”.
Desse forma, o modo-de-produção capitalista que depois de séculos do seu nascimento está enraizado em toda estrutura social, desde as relações humanas afetivas até as instituições que agem regulando, normatizando com o propósito de garantir a estabilidade das sociedades, possuiu como elemento fomentador os paradigmas do Protestantismo e pelo caráter hodierno inerente desse sistema econômico faz-se válida a máxima de que todos somos protestantes.
TEMA: TODOS SOMOS PROTESTANTES
Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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