Para Marx, a filosofia de Hegel, embora tenha excelente coerência interna, não tem coerência externa, não condiz com a realidade. No mundo moderno o Estado não é tão democrático nem a liberdade tão geral. Por seu caráter metafísico, a filosofia do Direito de Hegel assemelha-se à religião, oferecendo uma realidade ilusória para compensar as angústias terrenas. A crítica de Marx à religião é também metaforicamente uma crítica à filosofia, por não ser baseada na experiência, na história, mas em constructos teóricos. A abolição da religião é a abolição da ilusão para a busca real da liberdade e felicidade.
A ação certamente é indispensável à transformação da sociedade, como pode-se observar na história das revoluções, mas abdicar completamente do esforço teórico não pode ser a solução para a desigualdade social. Mesmo os estudos de Marx não podem ser considerados puramente científicos, contendo uma boa dose de filosofia, o que não impediu que inspirassem revoluções por todo mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário