Positivismo:
entre a disciplina comportamental e a manutenção do progresso
O Positivismo, idealizado por Augusto
Comte, corresponde a uma corrente filosófica do século XIX que se propõe a estudar
as relações sociais a partir de uma perspectiva de ordem e progresso da
sociedade como um todo. Na prática, o positivismo renuncia a compreensão do que
é intimo dos fatos observados, isto é, ele se abstém da investigação do que
seria denominado como “a causa primeira” de um fenômeno investigado, tal como o
racismo.
Nesse sentido, cria-se uma resignação, que se
caracteriza como ferramenta imprescindível para a manutenção da ordem. Em outras
palavras, tal corrente filosófica visa conservar uma espécie de status quo, uma
vez que, para Augusto Comte, a sociedade deve caminhar em direção ao progresso
mediante à harmonia e a conservação das instituições, como a família.
Desse
modo, as causas sociais, como as manifestações de apoio à comunidade LGBT e a
luta contra o racismo por meio do movimento negro são compreendidos, a partir
da perspectiva positivista, como perturbação da ordem. Dessa forma é possível concluir
que o positivismo projeta uma ideia de disciplina comportamental, podendo ser compreendida
como a negação das angustias e sofrimentos individuais em favor da coletividade
e em nome do progresso.
Portanto, cabe a nós, como sociedade,
refletirmos a respeito da influência do positivismo no nosso cotidiano. Dessa
forma, devemos nos empenhar em adotar uma postura anti-positivista, isto é, buscar
a compreensão da “causa primeira” dos problemas sociais enfrentados pela sociedade
contemporânea mediante a investigação histórica da causa pesquisada, tal como o
fenômeno da segregação socioespacial.
Italo de Abreu Correia –
Direito Noturno, turma 38
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