Seria impossível propor uma filosofia progressista em qualquer sociedade com deficiências sociais. Um tanto redundante, certo? Isso significa, que a ideia de progresso positivista não leva em consideração a sociedade como um todo, ela ausenta do coletivo todos os indivíduos que não se encaixam perfeitamente aos moldes propostos pela dominância. Por exemplo, são excluídos da ideia de progresso os marginalizados e a população em situação de rua. Esses indivíduos não são levados em consideração para o positivismo, eles são vistos como incapazes de produzir conhecimentos científicos e, por consequência, inúteis ao progresso.
Além de não considerar todos os integrantes da sociedade, o positivismo propõe como solução para a dignidade, o trabalho. Ainda que o trabalho seja a melhor forma de construir uma condição de vida e orientar uma estabilidade, é muito evidente que as condições para isso, não podem, em hipótese alguma, ser irregulares ou inexistentes, caso contrário, a sua função de garantir dignidade será facilmente substituída pelo domínio dos mais fortes. Imaginemos um cenário, no qual um trabalhador braçal é contratado por uma empresa para produzir tapetes. Sua mão de obra será capitalizada e o trabalhador será usurpado. Já se as condições de produção forem facilitadas, o trabalhador poderá transformar a sua mão de obra em capital para benefício do próprio negócio.
Então, se pensarmos sobre os defeitos do positivismos, poderemos concluir que o seu maior problema está na desconsideração da sociedade como um todo. Há um forte determinismo sobre os benefícios do saber científico, porém, muito pouco é debatido sobre o alcance das ideias de progresso propostas pela filosofia citada e sobre a forma como a sociedade como um todo é beneficiada ou não por ela.
Álvaro Galhanone - 1˚ ano direito noturno
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