A limitação do pensar
Quando nos dispomos a refletir ou pesquisar sobre algo é de bom tom que não se marginalize ou se subtrai-a quaisquer partes, simplesmente através do pensamento que algo dispõe de mais conhecimento e goze de um certo nível de hierarquização metodológica, pois quando abdicamos destes tantos fatores pura e simplesmente por que o julgamos de menos valor do que um conhecimento científico e elitizado, nos afastamos de conclusões mais abrangentes e menos enviesadas.
Auguste Comte, notório filósofo francês, vivendo em meio a uma França bastante instável que vinha sendo palco de revoluções sociais e regimes despóticos, veio a formular uma corrente de pensamento chamada de Positivismo, corrente esta que busca se pautar na ideia do pensamento científico como peça chave para a construção de uma sociedade mais bem estruturada, rejeitando ideias abstratas e que não se baseiam na ciência. Esta forma de se observar o mundo como somente as coisas advindas de pensamentos científicos são dignas de observação, restringe de maneira inata a construção de ideias que não se baseiam em métodos científicos.
Concernente à limitação do pensar, fica nítido o pecado epistemológico presente nesta forma de pensar a sociedade, visto que restringe os pensamentos que não se encaixam no padrão científico e metodológico requisitado por Comte, assim afastando grupos sociais e diversidades culturais que baseiam-se em tradições, saberes, conhecimentos ancestrais, que por mais que careçam de um filtro científico, são de extrema importância para muitas pessoas e não podem ser marginalizados na hora de se estudar e observar a sociedade como um todo.
Comte, ao defender que as evoluções sociais e seus acontecimentos decorrentes são de alguma forma naturais, reduz de forma extrema a diversidade contida na sociedade e deixa lugar para ideias irracionais como por exemplo a escravidão, que na ótica positivista nada mais é que a sociedade seguindo sua evolução de forma natural e confirmando assim pseudo respaldos ‘‘científicos’’, que manipulam a verdadeira ciência para benefício próprio e logo pois para a certificação de ideias eugênicas que segundo a interpretação de Comte estaria tão somente sendo guiada e aprovada pelos métodos positivistas.
Por fim, ao observar de outra forma a idealização do pensamento positivista feita por Auguste Comte é necessário dizer que houve certa importância para sua época, esta época a qual era dominada por uma igreja hegemônica perante a sociedade e que perpetuava uma exclusão da ciência no debate público; necessária também para futuros filósofos opositores as ideias positivistas, como os da escola de Frankfurt, que fomentaram os debates filosóficos através da contraposição de ideias, contraposições as quais somente fizeram evoluir a filosofia e a sociologia como um todo.
Gabriel Bastos Borges -- NOTURNO - TURMA 38
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