O positivismo, criado por Augusto Comte, é criado em meio a um contexto histórico de ascensão da burguesia, após a revolução francesa e a revolução industrial, e de organização da classe operária que havia se formado também em decorrência da recente revolução industrial e da exploração burguesa. Em meio a esse agitado cenário e o desenvolvimento acelerado das ciências naturais, Comte, tenta sistematizar o conhecimento social, da mesma forma das outras ciências e assim surge o positivismo. A filosofia positiva é pautada na estática e na dinâmica, sendo a primeira a ordem e a segunda o progresso. Ao ver essas palavras presentes na bandeira brasileira, já fica evidente o fato de o Brasil ser um país com uma forte influência positivista, podendo ser notado desde a constituição até as escolas cívico-militares. O positivismo não busca a essência das coisas, mas somente busca o fenômeno imediato, e essa visão superficial que é feita pelo positivismo que será o ponto chave abordado nesse texto.
Como já mencionado anteriormente, o positivismo ainda influencia fortemente o Estado brasileiro e isso acaba sendo bastante problemático, pois as instituições seguem essa linha de pensamento e não resolvem realmente problemas, justamente por não procurar a raiz deles. Temos como principal exemplo a “guerra contra as drogas”, que eu coloco propositalmente entre aspas, pois devido a influência positiva nas instituições de combate à criminalidade, ela não passa de um massacre de jovens negros e pobres nas favelas. Essa “guerra contras as drogas” sem procurar a essência do fenômeno já se provou falha, visto que essa política de extermínio da população já vem sendo implementada há várias décadas com milhões de reais gastos, e o problema do tráfico não diminui. O positivismo enraizado, faz com que as autoridades responsáveis não se perguntem e não investiguem como um armamento de nível militar foi parar em uma favela no Rio de Janeiro na mão de um jovem de 14 anos, para eles a solução deve ser eliminar o fenômeno imediato, e não buscar a essência real e causadora do fato social patológico, tudo isso para manter uma falsa sensação de ordem. Assim eu encerro essa reflexão com a seguinte pergunta: é realmente possível manter a ordem e atingir o progresso da sociedade sem cortar o mal pela raiz?
Guilherme Kazuo Rocha Ychibassi - Primeiro semestre- Direito/diurno
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