O espírito revolucionário é único e não é para todos. Ele
se baseia em uma série de fatores momentâneos e particulares de certa realidade,
que por muitas vezes tomam proporções maiores, ultrapassando o local inicial.
Não foi diferente com a corrente Positivista de Auguste Comte, filósofo Francês
ligado ao contexto revolucionário do país, com sua ciência da sociedade.
No contexto em que Comte criou sua ciência, sua teoria
social positiva, para o estudo social na época, a sua teoria apesar de complexa,
era revolucionária uma vez que se baseava na busca pelo desenvolvimento dos
processos, como eles se davam e suas leis, e não buscar a origem ou destino de
algo. Era revolucionário e uma forma nova de observar o universo em uma óptica positiva,
mas para aquele momento e aquela realidade.
Entretanto, quando trazemos a realidade positiva para a
nossa sociedade brasileira atual, que temos um grande impasse. A ideia de
felicidade de Comte, que retrata o bem social geral, excluindo o individual
torna-se um grande problema na sociedade individualista brasileira, cheia de
desigualdades, onde um recebe doações de ossos para sobreviver e outro come caviar,
onde um morre de frio nas ruas e outro se aquece na sua casa de campo. Não há
como existir uma felicidade geral, uma ordem, um progresso, numa sociedade completamente
instável, desigual, injusta.
Portanto, aos defensores de tal ideal positivo, guardem as memórias
dessa filosofia num contexto revolucionário em que Comte criou esse ideal. Na
sociedade em que vivemos, é completamente ultrapassado impor ou acreditar que
perante total desigualdade, uma moral universal irá guiar o país para uma ordem
e um progresso. A harmonia social é quase impossível para desfrutarmos de uma
sociedade repleta de felicidade, uma vez que uma parte da sociedade nunca irá
pensar no coletivo, e sim apenas no individual.
Thales Berrocal Garcia
Turma XXXVIII - Noturno
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