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segunda-feira, 19 de julho de 2021

A história não deve ser ignorada

 

O positivismo é uma corrente filosófica que busca formas de alcançar um conhecimento baseado no estudo dos fenômenos naturais. Sendo assim, o positivismo defende uma abordagem neutra e ignora a história dos eventos sociais. Descendente dos ideais Iluministas de razão e liberdade, essa corrente filosófica, ao se inspirar no método das ciências naturais nega os preceitos histórico-sociais da sociedade.

Já na sua origem, para o criador do positivismo Auguste Comte, a história é deixada de lado, visto que o protagonismo é assumido pela dogmática. Portanto, não importa a totalidade histórica, ela apenas importa como produto último da razão. Ademais, para que assuma um caráter “eterno e natural”, é observado e exemplificado o pensamento burguês, o qual se declara vencedor, pois encerra com o advento de suas supostas vitórias, o processo histórico que rodeia a humanidade.

Negar a dinâmica histórica da sociedade é, em outras palavras, viver com os olhos fechados para o mundo em que vive, é ignorar a existência da violência e do preconceito vivenciado diariamente. O preconceito surge no período da escravidão, onde os negros eram considerados, até pelos mais estudiosos da época, seres inferiores. Dessa forma, é inadmissível apresentar um pensamento conservador sobre esses assuntos nos dias de hoje. Em um mundo tão competitivo e em que se fala constantemente em pobreza e desumanidade, apresenta-se a pior visão positivista: a de naturalizar a exclusão de alguns, seja por gênero, questões linguísticas, padrões de beleza ou por critérios raciais, para que outros (privilegiados) vivam melhor.

O grande problema é que o preconceito no Brasil é encoberto, as pessoas têm vergonha de se reconhecer como preconceituosas ou racistas. Mesmo com suas ações demonstrando o contrário, que elas veem no outro um estranho, que é “perigoso em potencial”. Logo, é necessário conscientizar a população de que o preconceito existe e deve acabar, porque quando o problema não é reconhecido, ele não é tratado, e, por consequência, não é levado a sério.

Matheus Vinícius dos Santos Serafin - Matutino

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