Falhas do positivismo na atualidade 

    As ciências sociais nasceram há muito séculos, passaram pelos gregos antigos com a filosofia clássica, pelos medievos com textos de São Tomás de Aquino e chegam na modernidade com diversos autores, como Auguste Comte. Porém, este último, alega ser o pai da sociologia por ter usado pela primeira vez esse termo. Em sua nova ciência, o positivismo, Comte procura a expressão imediata do real, a representação dos fatos por si só, sem preocupar-se com as origens dos fenômenos. Dessa forma, o autor em questão ignora diversos acontecimentos e faz reflexões muito rasas, pois a vida moderna, com toda a sua complexidade, exige a preocupação com os princípios das atitudes tomadas pelos indivíduos. 

     O positivismo, também chamado de física social, baseia-se nos alicerces da estática e da dinâmica, assim como nas ciências naturais. A estática seria o equilíbrio e a dinâmica estaria representada pelo desenvolvimento. Nesse sentido, para Comte, uma boa sociedade é aquela que consegue a conciliação da conservação (estática) com a evolução (dinâmica). Por esse motivo o lema da ideologia positivista é ordem e progresso, pois tal frase representa os dois alicerces da filosofia de Comte. No entanto, esse culto demasiado à ordem/equilíbrio acaba tornando o que é considerado como fora do normal como algo que deve ser combatido, o que, na atualidade, é um grave problema. 

    Ressaltados alguns dos problemas dessa filosofia, falemos agora de um importante ponto para Comte: a moral positivista. Comte apresenta uma moral altruísta, que se baseia no bem comum e na solidariedade, em oposição a moral católica que é egoísta e preza somente pela salvação individual. Em sua teoria é dito, ainda, que o trabalho é a expressão da solidariedade e que, portanto, deve-se valorizar todo tipo de trabalho. Com esse enaltecimento do trabalho, Comte reforça, também, a aceitação de “lugares sociais” definidos, como se cada indivíduo pertencesse a um estamento específico. Essa teoria mostra mais uma falha do positivismo perante a contemporaneidade. 

Bianca Crivelaro