Total de visualizações de página (desde out/2009)

domingo, 11 de março de 2018

Ocupar é um direito!


Partindo do pressuposto cartesiano a respeito do uso da razão a cima das experiencias sensoriais, em contraponto aos empiristas, é possível analisar a sociedade como base do Direito, direito este que deve servir a essa sociedade e nela se estabelecer, pois, num pensamento racional, o Direito deve organizar as relações sociais, em conjunto da democracia e do governo, sempre se adequando ao momento histórico. Além dessa interpretação, encontra-se um “Novo Organum”- associação ao pensamento filosófico de Francis Bacon- na interpretação do Direito, que traz a dedução e o experimento para a nova organização da sociedade, que partindo dos ganhos da Revoluções Francesas e Iluminista, estabeleceu a igualdade civil e por dedução, melhorou a sociedade. Logo, Quando se discute o papel do  Direito, fica evidente nas duas interpretações que este deve convir e amparar à todos, independente da camada social, etnia, correspondendo suas demandas da melhor forma possível.
A exemplo de uma ação do direito na sociedade é a forma de se lidar com a  propriedade privada. Ainda que seja claro o papel social e essencialmente igualitario do Direito na coerção das partes entre privado e coisas- propriedade-, é notório, infelizmente, que no Brasil existe divergências de tratamentos jurídicos para diferentes pessoas. Portanto, quando o direito e autoridades não agem de forma racional e não  acompanham a interpretação lógica de que propriedades improdutivas devam ser remanejadas, surgem  grupos como o MTST (movimento de trabalhadores sem teto) que buscam seus direitos por outros meios, como mobilizações, ajuntamentos populares e a ocupação.

Nesse momento, chegamos á questão: é possível ocupar o direito? E acredito que mais do que possível, seja necessário. Ocupar o direito significa tentar reconciliar uma situação que a própria atuação jurídica devia fazer, mas não o faz. Ou seja, é necessário agir com razão humana e a interpretação do contexto histórico-social que se vive e interpretar as demandas, a moral e conceitos estabelecidos para a maioria. Já que muitas vezes isso não ocorre, assim como o MTST ocupam e exigem seus direitos, todos que não se sintam acolhidos pela lei, e com seus direitos estabelecidos, devem ocupar seus lugares e buscar por suas demandas.

Júlia Kleine Mollica

Nenhum comentário:

Postar um comentário