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segunda-feira, 7 de abril de 2014


Nova óptica

Iniciou-se no século XIII uma verdadeira revolução, a quarta cruzada reabriu o mar mediterrâneo, o que dinamizou a fechada economia e sociedade europeias, dissolvendo a ordem feudal. Já no século XVI, o Renascimento interferiu nos valores cristãos e no século seguinte René Descartes e Francis Bacon vieram contribuir para a concretização do processo revolucionário ao apresentar seus métodos cartesiano e empírico, respectivamente.

Desde então, vivemos marcados pela visão cientificista e racional, que vê o mundo como uma máquina: um relógio feito de peças desmontáveis e independentes. A nova ordem mundial foi calcada pela ideia de que “saber é poder” e, realmente, aqueles que detinham o saber conquistaram o poder. Os Estados Unidos em 1945 apresentaram sua rosa radioativa, que reduziu mais de 200 mil civis a pó e colocou o país como potência absoluta.

Contudo, qual o preço a ser pago pela morte desses inocentes? Um pedido oficial de desculpas pode ser suficiente, por se tratar dos ganhadores. Assim, a vida vem sendo cada vez mais banalizada. Qual o problema de investir milhões para produzir armas de destruição em massa, enquanto mais de dezenove mil pessoas morreram de fome hoje no mundo (dados do worldometers)?

Dessa forma, caminhamos para o colapso. A óptica cartesiana serviu-nos e ajudou-nos por muitos séculos, mas talvez já esteja na hora de enxergar o mundo de forma diferente, me maneira interligada e mais humana. A abertura do mar mediterrâneo pode ser análoga a invenção da internet e dos cabos de fibra óptica no século XX, que possibilitaram ligar os quatro cantos do mundo em tempo real, mudaram, de fato, a forma de comércio e comunicação. Numa análise final, chegamos ao ponto de mutação, a nova revolução está ocorrendo agora, a cada novo minuto. Não se pode prever quando ela se completará ou como, mas não se pode negar que ela ocorre.

Letícia Raquel de Lava Granjeia – 1º Ano Direito Noturno

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