Nova óptica
Iniciou-se no século
XIII uma verdadeira revolução, a quarta cruzada reabriu o mar mediterrâneo, o
que dinamizou a fechada economia e sociedade europeias, dissolvendo a ordem feudal.
Já no século XVI, o Renascimento interferiu nos valores cristãos e no século
seguinte René Descartes e Francis Bacon vieram contribuir para a concretização
do processo revolucionário ao apresentar seus métodos cartesiano e empírico,
respectivamente.
Desde então, vivemos
marcados pela visão cientificista e racional, que vê o mundo como uma máquina: um
relógio feito de peças desmontáveis e independentes. A nova ordem mundial foi
calcada pela ideia de que “saber é poder”
e, realmente, aqueles que detinham o saber
conquistaram o poder. Os Estados
Unidos em 1945 apresentaram sua rosa radioativa, que reduziu mais de 200 mil civis
a pó e colocou o país como potência absoluta.
Contudo, qual o preço
a ser pago pela morte desses inocentes? Um pedido oficial de desculpas pode ser
suficiente, por se tratar dos ganhadores. Assim, a vida vem sendo cada vez mais
banalizada. Qual o problema de investir milhões para produzir armas de
destruição em massa, enquanto mais de dezenove mil pessoas morreram de fome
hoje no mundo (dados do worldometers)?
Dessa forma,
caminhamos para o colapso. A óptica cartesiana serviu-nos e ajudou-nos por
muitos séculos, mas talvez já esteja na hora de enxergar o mundo de forma diferente,
me maneira interligada e mais humana. A abertura do mar mediterrâneo pode ser
análoga a invenção da internet e dos cabos de fibra óptica no século XX, que
possibilitaram ligar os quatro cantos do mundo em tempo real, mudaram, de fato,
a forma de comércio e comunicação. Numa análise final, chegamos ao ponto de mutação,
a nova revolução está ocorrendo agora, a cada novo minuto. Não se pode prever
quando ela se completará ou como, mas não se pode negar que ela ocorre.
Letícia Raquel de Lava Granjeia – 1º
Ano Direito Noturno
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