Nada nunca ocupou tanto o tempo e os pensamentos dos
homens quanto a busca pela verdade. Em qualquer área do conhecimento, do início
da filosofia a ida do homem ao espaço, das ciências exatas as sociais, da
teologia a física quântica, compreender e dominar o mundo a nosso volta sempre
foi a prioridade do desenvolvimento humano.
Os conflitos que surgem através do ‘’fazer ciência’’
também são parte importante da história dos homens. Seria o criador responsável
pelo uso que fazem de sua criação? Esse é um dos grandes dilemas que por
séculos aflige inventores e cientistas de todos os quilates.
No filme ‘’ponto de mutação’’ (Original Mindwalk), em
uma das partes do enredo, os personagens travam um interessante debate acerca
da temática, onde a personagem da cientista se diz sentir culpada por uma de
suas invenções e os usos feitos dela, sendo rebatida pelos outros. Na opinião
destes, o inventor não teria responsabilidade sobre o que fazem com sua invenção,
afinal, o papel dele é conhecer e descobrir, sendo essa a razão que o isenta de
qualquer culpa.
A história nos mostra que tal angústia não é apenas um
mal que aflige personagens em um filme. Santos Dumont, reconhecido inventor do
avião pelos brasileiros, suicidou-se após descobrir que sua invenção estava
sendo usado para fins de combate, sendo esse um fardo que não conseguiu
suportar. Já Oppenheimer (inclusive citado no filme), um dos criadores da bomba
atômica, demonstrou diversas vezes seu profundo arrependimento em ter
contribuído para tal fim.
Particularmente, não me arrisco a tentar definir até
onde alguém cuja função na sociedade é descobrir e criar novos conhecimentos
pode ser responsabilizado por tal. Talvez, ninguém nunca consiga definir ao
certo esse limite. É um fardo que cabe àqueles que se arriscam nas
desconhecidas terras do saber estar dispostos a carregar.
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