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segunda-feira, 7 de abril de 2014

Criador e criatura


      Nada nunca ocupou tanto o tempo e os pensamentos dos homens quanto a busca pela verdade. Em qualquer área do conhecimento, do início da filosofia a ida do homem ao espaço, das ciências exatas as sociais, da teologia a física quântica, compreender e dominar o mundo a nosso volta sempre foi a prioridade do desenvolvimento humano.
      Os conflitos que surgem através do ‘’fazer ciência’’ também são parte importante da história dos homens. Seria o criador responsável pelo uso que fazem de sua criação? Esse é um dos grandes dilemas que por séculos aflige inventores e cientistas de todos os quilates.
      No filme ‘’ponto de mutação’’ (Original Mindwalk), em uma das partes do enredo, os personagens travam um interessante debate acerca da temática, onde a personagem da cientista se diz sentir culpada por uma de suas invenções e os usos feitos dela, sendo rebatida pelos outros. Na opinião destes, o inventor não teria responsabilidade sobre o que fazem com sua invenção, afinal, o papel dele é conhecer e descobrir, sendo essa a razão que o isenta de qualquer culpa.
      A história nos mostra que tal angústia não é apenas um mal que aflige personagens em um filme. Santos Dumont, reconhecido inventor do avião pelos brasileiros, suicidou-se após descobrir que sua invenção estava sendo usado para fins de combate, sendo esse um fardo que não conseguiu suportar. Já Oppenheimer (inclusive citado no filme), um dos criadores da bomba atômica, demonstrou diversas vezes seu profundo arrependimento em ter contribuído para tal fim.
      Particularmente, não me arrisco a tentar definir até onde alguém cuja função na sociedade é descobrir e criar novos conhecimentos pode ser responsabilizado por tal. Talvez, ninguém nunca consiga definir ao certo esse limite. É um fardo que cabe àqueles que se arriscam nas desconhecidas terras do saber estar dispostos a carregar.

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