Durkheim pode ser considerado um
dos fundadores da Sociologia. Ele quem, com maior vigor, afirmou o caráter científico
e específico do conhecimento sociológico. Percebe-se nitidamente no pensamento
do autor influências positivistas, de Comte, e a marca mais importante em sua
compreensão, o coletivismo metodológico.
O coletivismo metodológico, que propõe
que a forma ideal para compreender a vida social seja a partir das
coletividades, sob a influência positivista, está refletido na importante noção
de fato social do autor, em resposta aos anseios de objetividade e de filtração
do conhecimento sociológico.
Já a consciência coletiva é o psicológico
do corpo social, é a representação de um contrato invisível entre os membros.
Percebe-se então dois lados da mesma moeda: um da consciência particular e outro
da coletiva, ambas funcionando de modo contraditório, uma vez que a segunda
prevalece sobre a primeira, produzindo um conflito interno nos membros que se opõem
às imposições desta.
O conflito advém quando um ou
mais indivíduos se recusam a agir segundo o que está pré-estabelecido, sobretudo
se há uma lei ou regra que determine, limite ou proíba certas manifestações, em
tais casos, ou o indivíduo aceita a consciência coletiva como sua e a reproduz,
ou sofrerá sansões sendo cobrado, privado ou até mesmo excluído e sedo posto à margem
social.
É através delas, coercitivamente,
que a sociedade industrial e sua divisão do trabalho se forma. Durkheim pensa na
sociedade como um corpo vivo e em funcionamento e tal qual um organismo vivo em
algum momento ela nasce, se desenvolve e padece.
Pensar na divisão do trabalho sob
a ótica durkheimiana nos remete à reflexão sobre solidariedade em dois aspectos:
o da solidariedade mecânica e da solidariedade orgânica que estão em um desenvolvimento
inversamente proporcional.
A sociedade acredita e incorpora a
solidariedade orgânica como algo promissor e revolucionário que atribui aos
indivíduos papeis de privilégio e destaque na sociedade acreditando que a mudança
seria benéfica, mas não conseguem compreender que nesse caso o que não é
beneficiado, é muito desfavorecido.
A passagem de solidariedades, da mecânica
para a solidariedade orgânica, é à base da compreensão da formação capitalista social
e é através do conceito de solidariedade orgânica que o autor desempenha sua função
de teórico das elites, cunhando uma consciência otimista em relação ao novo procedimento
que individualizaria não só os bens de produção, mas também os seus métodos.
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