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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Solidariedade capitalista


  Durkheim pode ser considerado um dos fundadores da Sociologia. Ele quem, com maior vigor, afirmou o caráter científico e específico do conhecimento sociológico. Percebe-se nitidamente no pensamento do autor influências positivistas, de Comte, e a marca mais importante em sua compreensão, o coletivismo metodológico.
  O coletivismo metodológico, que propõe que a forma ideal para compreender a vida social seja a partir das coletividades, sob a influência positivista, está refletido na importante noção de fato social do autor, em resposta aos anseios de objetividade e de filtração do conhecimento sociológico.
  Já a consciência coletiva é o psicológico do corpo social, é a representação de um contrato invisível entre os membros. Percebe-se então dois lados da mesma moeda: um da consciência particular e outro da coletiva, ambas funcionando de modo contraditório, uma vez que a segunda prevalece sobre a primeira, produzindo um conflito interno nos membros que se opõem às imposições desta.
  O conflito advém quando um ou mais indivíduos se recusam a agir segundo o que está pré-estabelecido, sobretudo se há uma lei ou regra que determine, limite ou proíba certas manifestações, em tais casos, ou o indivíduo aceita a consciência coletiva como sua e a reproduz, ou sofrerá sansões sendo cobrado, privado ou até mesmo excluído e sedo posto à margem social.
  É através delas, coercitivamente, que a sociedade industrial e sua divisão do trabalho se forma. Durkheim pensa na sociedade como um corpo vivo e em funcionamento e tal qual um organismo vivo em algum momento ela nasce, se desenvolve e padece.
Pensar na divisão do trabalho sob a ótica durkheimiana nos remete à reflexão sobre solidariedade em dois aspectos: o da solidariedade mecânica e da solidariedade orgânica que estão em um desenvolvimento inversamente proporcional.
  A sociedade acredita e incorpora a solidariedade orgânica como algo promissor e revolucionário que atribui aos indivíduos papeis de privilégio e destaque na sociedade acreditando que a mudança seria benéfica, mas não conseguem compreender que nesse caso o que não é beneficiado, é muito desfavorecido.
  A passagem de solidariedades, da mecânica para a solidariedade orgânica, é à base da compreensão da formação capitalista social e é através do conceito de solidariedade orgânica que o autor desempenha sua função de teórico das elites, cunhando uma consciência otimista em relação ao novo procedimento que individualizaria não só os bens de produção, mas também os seus métodos.

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