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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Modernos, mas nem tanto!

Émile Durkheim, em sua obra "A Divisão do Trabalho Social", trata das sociedades pré-modernas e pós-modernas.

As pré-modernas, as mais antigas, eram dotadas de solidariedade mecânica. Isso porque as penas não procuravam apenas excluir o criminoso e não cura-lo para recoloca-lo na sociedade. Além disso elas seriam dotadas de passionalidade, pois as penas não seriam caracterizadas por racionalidade, já que eram movidadas pelo sentimento de vingança e chegavam a atingir até a família do criminoso. Prova maior disso é a lei de Talião.

Já as sociedades pós-modernas, mais recentes seriam dotadas de solidariedade orgânica, pois a sociedade agora se preocupa em curar o criminoso para o seu regresso à sociedade. Além disso ela seria marcada pela racionalidade. Isso porque a relação crime-pena seria determinada pela razão e não apenas pelo instinto.

Porém, resquícios dos nossos primórdios e de nosso instinto animal muitas vezes maquiados pelo discurso racional ainda são presentes em nossas características. Muitas vezes tomamos atitudes passionais que deixam a racionalidade de lado. Assim, somos modernos, mas nem tanto. Muita coisa muda e muita coisa não tem como mudar.

José Eduardo Garcia Tavares

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