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segunda-feira, 26 de maio de 2025

Há uma conexão entre o racismo estrutural e o poder segundo Weber?


Poder, pode ser entendido de diversas formas, ter a faculdade ou possibilidade de ou possuir força física ou moral, pelo menos segundo o dicionário significa isso. No entanto Max Weber vê de uma forma diferente, segundo o próprio, poder se trata de “a chance de um indivíduo ou grupo impor a sua vontade dentro de uma relação social, mesmo contra a resistência de outros”, assim para ele, o poder provém de alguém, que impõem a sua visão, podendo ocorrer de maneira institucionalizada, a partir das burocracias e no Estado, até nas relações sociais de maneira mais difusa.

Essa ideia proposta pelo alemão, se complementa com a teoria do racismo estrutural exposta no livro homônimo, escrito por Silvio Almeida, que propõe que o racismo não é um conjunto de ações morais ou individuais, mas sim um fenômeno estrutural. É algo entranhado nas instituições politicas, jurídicas e sociais e se tornou tão naturalizado que diversas ações tomadas pelo sistema reproduzem essas desigualdades raciais, sem ter um agente efetivamente racista as realizando.

Essas ideias complementam-se a partir do ponto em que o estado age de modo a permitir que os preconceitos e a desigualdade social e racial perdurem na contemporaneidade. Um possível exemplo dessa ação é a seletividade penal e o encarceramento em massa de minorias étnicas, pois com esse processo diversas pessoas são incapazes de ter uma melhora de vida por conta da prisão, visto que cerca de 70% dos encarcerados passarão por um processo de reincidência no crime, e 69,1% dos presos em 2023 eram negros. Logo, é possível analisar um processo estatal para perdurar as condições excludentes e racistas que são carregadas de um passado escravista e preconceituoso.

Portanto, existe uma forte conexão entre o processo do racismo estrutural e o poder proposto por Weber, visto que desde o primórdio do Estado brasileiro as vontades de uma minoria branca e rica perdurou, assim gerando a desigualdade racial presente hoje. Assim, utilizando-se das instituições estatais e da burocracia para prorrogar ideias e medidas excludentes que agravaram o racismo e o tornaram enraizado nas estruturas do sistema atual do Brasil.

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