A sociedade tem diversos campos sociais que se influenciam mutuamente. O capital simbólico é o poder que se exerce sob cada um desses campos. Alguém que tem capital simbólico sob a mídia, também consegue exercer poder político (através do viés que expressa), poder econômico (ao vender a audiência para marketing de empresas), poder jurídico (ao destacar determinada visão sobre um caso para a população), poder religioso (ao destinar parte do tempo em tela para figuras religiosas e rituais)...
Exemplos concretos disso se expressam na Carta Capital (ao defender um viés progressista no sentido político), Universal (que defende uma perspectiva religiosa evangélica), Brasil Paralelo (que apresenta um viés político reacionário)...
Além disso, o capital simbólico político também pode exercer controle sobre outros campos sociais. Quando os parlamentares brasileiros aprovaram a PEC dos Precatórios, isso foi uma influência no campo econômico do Brasil. Quando os políticos de El Salvador investiram no sistema prisional, foi uma influência no campo da segurança pública. Quando Temer escolheu Alexandre de Morais, com aprovação do Senado, para ser ministro do STF, foi uma influência jurídica.
Adicionalmente, há a influência do capital simbólico jurídico. Quando ocorrem investigações sobre o assassinato de Mariele, há influência no campo político. Quando ocorre o julgamento sobre as limitações de uma greve, há influência econômica.
Em suma, todos os campos sociais se influenciam mutuamente. Não há superioridade de um campo ou outro. O poder, portanto, é interdependente.
Felipe Lopes Gouveia Clauz Morlina - 1°semestre de direito noturno - UNESP
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