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segunda-feira, 26 de maio de 2025

A Ação Social E Seu Papel No Colonialismo Do Século XIX

   O Neocolonialismo, originado em razão dos avanços industriais e econômicos europeus, trouxe uma nova perspectiva para a escravidão. Com a ascenção de novos conhecimentos e a consequente modernização da ciência, o homem branco institucionalizou a discrimação racial e a hierarquia existente entre brancos e negros. Com teorias científicas como o darwnismo social, e justificativas pautadas na "missão civilizatória", o negro foi colocado em uma posição de inferioridade, como um ser de desenvolvimento social atrasado que precisava da ajuda do europeu para conseguir aprimorar sua capacidade intelectual. Tais medidas foram utilizadas não somente como uma maneira de dominação social, mas também como uma ferramenta econômica da época. 

   Nesse sentido, percebe-se como práticas racistas foram utilizadas para atender uma dinâmica de poder. Sobre esse tema, Silvio Almeida debate sobre a função do racismo em sua obra "O que é racismo estrutural?": "O racismo não se resume a comportamentos, individuais, mas é tratado como o resultado do funcionamento das instituições, que passam a atuar em uma dinâmica que confere, ainda que indiretamente, desvantagens e privilégios a partir da raça." Em outras palavras, o autor discorre sobre o fato de o racismo ser uma costrução social, a qual pode ser alterada de acordo com a vontade das instituições. Dessa maneira, o racismo, no contexto neocolonial, foi utilizado como uma forma de organização política, social e econômica, reproduzido através das ações das classes dominantes. 

   Essa posição tomada pela civilização europeia, de justificar e institucionalizar a escravidão, dialoga com a análise weberiana sobre seu conceito de Ação Social. Weber definia como ação social a conduta de vida a qual sempre é orientada em relação ao outro. Essa conduta de vida era baseada em dois aspectos: No seu valor, se referindo ao princípio que conduz a ação, e seu sentido, que é a pretenção da pessoa ao agir de determinada forma. Com isso, uma ação social visa atingir algum objetivo, e dessa maneira coagir a sociedade a fazer o mesmo. Sendo assim, partido de uma visão dessa sociologia, a prática do colonialismo e a institucionalização da escravidão, foram ações sociais fundamentadas a um determinado fim, que no caso seriam direcionadas à produtividade e lucratividade por meio da mão de obra negra. 

  Portanto, a questão racial debatida por Almeida e a definição de ação social por weber, neste contexto, se aproximam ao demonstrarem que a discriminação negra foi fruto de uma prática social, a qual foi institucionalizada, e assim normalizada na sociedade. Desse modo, a colonização foi um instrumento utilizado para aprimorar as relações econômicas, por meio da crença da superioridade e autoridade do homem branco, pensamentos criados para coagir a sociedade a pensar de modo semelhante, e assim, normalizar a escravidão negra.  

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