Indubitavelmente, a constituição de uma nova ordem mercantil com a maximização da racionalização dos lucros e da perspectiva capitalista a partir do Renascimento com seu procedimento futuro no Iluminismo e fundamentalmente nos processos de Revolução Industrial e Globalização Capitalista é um processo que carece de um novo verniz para a humanidade, isto é, de uma nova cultura moral que pudesse estar alinhada com as novas demandas e principalmente resolvessem alguns pontos da então cultura ocidental.
A Reforma Protestante de 1500 é sobretudo o evento no campo da superestrutura, tendo óbvios laços com o a estrutura econômica (pois não há mudanças ideológicas abortadas dos processos econômicos) que mais dinamizou a vida política européia a partir do Renascimento.
Todavia, a visão Weberiana, que a constitui (a Reforma) como locomotiva da modernização capitalista equivoca-se ao mudar a centralidade do processo histórico e os seus principais sujeitos:
A cultura jamais será a vanguarda formuladora de uma processo histórico, esta, enquanto elemento histórico e político só pode vir a reboque de mudanças no cerne da sociedade, cerne este composto pela estrutura político-econômica.
A constituição da história, neste sentido não se faz de forma casual, mas sim explicada historicamente pela leis que move a civilização, a luta de classes. Não é coincidência o surgimento do Protestantismo. O processo de modernização, já inaugurado anos antes pelos autores renascentistas já indicavam a necessidade de se reconstruir pontos ideológicos da cultura ocidental rompendo com a negação pejorativa do trabalho de origem judaico-cristã, romper com essa perspectiva católica é papel fulcral para a racionalidade dos meios produtivos e desenvolvimento produtivo mais avançado.
Portanto é projeto burguês para ascensão e manutenção do poder constituir uma nova ideologia de homem, assim como os reis que herdaram o processo do fim do Império Romano do Ocidente incentivaram um modelo superestrutural de humanidade que beneficiassem e estivessem em alinhamento com o seu projeto de mundo.
A Reforma Protestante, e especificamente o Calvinismo e suas derivações regionais são elementos à reboque desta nova constituição burguesa de homem, não sendo sinônimo de racionalização e nem a única forma de racionalizar ideologicamente a perspectiva moral do indivíduo dentro do processo de produção.
Uma forma convincente que deu certo historicamente, mas, restrita a um sujeito-tempo histórico e aquém da lei que move a humanidade e dos processos estruturais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário