Sabe-se que a transição do Feudalismo para o Capitalismo não
ocorreu de um dia para o outro, mas aos poucos, a partir de diversos
acontecimentos (Renascimento, Reforma Protestante e o surgimento da classe
burguesa, por exemplo). Ou seja, a sociedade foi mudando, a mentalidade feudal
aos poucos era abandonada, a fé cega ao Catolicismo se dissolvia ao passo que
novas Igrejas surgiam.
Essas novas doutrinas, principalmente a calvinista,
apresentavam uma visão que se encaixava na mentalidade da classe burguesa, pois
apresentava uma visão positiva do lucro, ou seja, aquele que era capaz de obter
lucro possuía virtude para tal. Ou seja, para os protestantes o lucro era algo
bom e as pessoas que o obtêm são virtuosas, diferente da visão católica, onde a
acumulação de capital era vista como um pecado.
A partir daí podemos aplicar uma visão marxista ou uma visão
weberiana para justificar a relação entre o capitalismo e o protestantismo, já
que este dava respaldo para aquele, “permitindo” a acumulação de capitais. Considerando
a visão de estrutura e superestrutura (onde o modo de produção é a estrutura
que determina e sustenta a superestrutura) de Marx, o protestantismo nada mais
é do que algo erguido sustentado pela mentalidade burguesa, que passava a
dominar os modos de produção. Já para Weber, a religião protestante foi de suma
importância nessa transição, pois espalhou uma nova visão sobre a economia que
foi absorvida pela sociedade, abrindo espaço para o surgimento do sistema
capitalista.
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