A obra a “Ética Protestante
e o Espírito do Capitalismo” de Max Weber faz uma análise envolvendo economia,
religião, modernidade. Uma das principais características, segundo Weber, que
diferencia a produção capitalista de qualquer outro modo de produção é a ideia
de racionalização, podendo ser de quatro tipos: contábil, científica, jurídica
e do homem.
Interessante se
faz lembrar o quanto a religião calvinista marcou presença nesse novo
capitalismo. Ao contrário da religião católica em que o lucro é visto como algo
negativo, no protestantismo há um estímulo para que os fiéis produzam e acumulem
dinheiro. Assim, se ao final da vida uma pessoa conseguiu juntar muito capital,
esse acabaria sendo o sinal enviado por Deus de salvação da alma.
Interessante se
faz lembrar o quanto essas ideias econômicas e de racionalismo influenciam as relações
humanas atuais. Rubem Alves no livro “Estórias de quem gosta de ensinar” nos
traz um questionamento acerca desse tema: “Uma sonata de Scarlatti é útil? E um
poema? E um jogo de xadrez? Ou empinar pipas?/ Inúteis./ Ninguém fica mais
rico./ Nenhuma dívida é paga./ Por que nos envolvemos nestas atividades, se
lhes falta a seriedade do pragmatismo responsável e os resultados práticos de
toda atividade técnica? É que, muito embora não produzam nada, elas produzem
prazer. / O primeiro pai fazia ao filho a pergunta da utilidade: ‘Qual o nome
do meio de produção em que você deseja ser transformado?’ O segundo,
impossibilitado de fazer tal pergunta, descobriu um filho que nunca descobriria
de outra forma: ‘Vamos brincar juntos, no domingo?’.”
Esse trecho da
obra de Rubens Alves é uma grande oportunidade para pensarmos na educação dos
jovens e das crianças atualmente. Muitos crescem sem um espírito crítico, e sim
são moldados apenas para ser uma medíocre máquina de produção de dinheiro. Estendendo a influência da economia
capitalista e do racionalismo para outras áreas percebemos o quanto as relações
sociais estão mais frágeis e o seu processo de construção cada vez mais
obscurecido pelo extremo individualismo, competitividade e o esquecimento do
outro.
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