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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A moral do empreendedorismo capitalista segundo Weber

Ao escrever 'A ética protestante e o espirito do capitalismo' Max Weber define o protestantismo, em pleno século XVI, como fator favorável, se não necessário, ao desenvolvimento e disseminação do capitalismo pelo Ocidente, não só como modulo cultural como enquanto valor cultural e, inserido no cenário religioso, moral. A seu ver, o protestantismo aproxima, e não afasta, a fé do cotidiano do homem, promovendo a influencia religiosa num mundo cada vez mais desvinculado do antigo sistema feudal.

Se, por um lado, o protestantismo anula a presença da Igreja enquanto instituição, reafirma, segundo Weber, sua influência ao inserir-se na economia em seu sentido mais básico, englobando novamente a produção e o sustento ao passo que redefine a moral Ocidental. É pelo protestantismo e sua exaltação dos frutos do trabalho, e não seu usufruto, que nasce a exaltação empreendedora que desencadeia o desbravamento do novo mundo, a intensificação das relações comerciais e, num período posterior, a industrialização.

Assim, para Weber, é a aceitação do anseio pelo acúmulo de capital, como promovida pelo protestantismo ao desvincular a moral Ocidental da visão católica tradicional, que permite ao homem perseguir a 'dominação da natureza' e o rompimento de fronteiras em seu próprio bem enquanto sociedade. Não obstante, embora o capitalismo se desenvolva a partir do 'espirito de acumulação' , ganha, em virtude de sua dinâmica e racionalidade inerentes, autonomia própria, suplantando a estrutura cultural que lhe desencadeou para exaltar essa mesma racionalidade.

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