Total de visualizações de página (desde out/2009)

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Tempos Modernos


“Hoje o tempo voa, amor, escorre pelas mãos.”


Com a nova lógica capitalista, a classe dominante passou a desejar acumular apenas por acumular e, para garantir que seu lucro sempre aumentasse, criou alguns mecanismos de dominação. Um deles foi impor a ideia de que o trabalho dignifica o Homem.
Assim, desde pequenos, somos forçados a acreditar nos bordões capitalistas aliados à logica protestante, como “Deus ajuda quem cedo madruga” e “tempo é dinheiro”. Podemos perceber isso pelo fato de que, se ficamos um dia sem estudar ou trabalhar, observando a natureza, nossa mente cria o chamado “peso na consciência” e nos sentimos mal por aproveitar a – efêmera – vida. Se alguém querido nos chama para sair, não podemos, porque o outro dia é “dia de branco”. Se somos convidados a observar as estrelas e a lua, me desculpe, deixemos para outro dia, tenho que estudar! E assim, sucessivamente, a vida vai se esvaindo, como areia entre os dedos.
Há um relato de Jean de Léry no qual um índio tupinambá questiona o porquê de o Homem branco se esforçar tanto para trabalhar e acumular riquezas. “Esse Homem não morre?” indagou o índio. Devemos nos fazer a mesma indagação. Esforçamo-nos tanto para trabalhar em nome de um futuro – que nunca chega – melhor, que nos esquecemos de que um dia morreremos e então, em nome do interesse de mais-valia, teremos deixado de aproveitar a vida, que é única!
É claro que isso não significa deixar de trabalhar, afinal, temos que sobreviver. Mas será que vale a pena fazer horas extras, trabalhar nos finais de semana e levar trabalho para casa em nome do interesse dominante? Certamente, não queremos propor uma solução simplista para este assunto, que exige um estudo muito mais aprofundado. O que se pretende aqui é deixar um gancho para que pensemos em não nos preocupar tanto em gerar lucro para os outros, mas aproveitar a vida, porque ela passa. E rápido. A cada minuto, nos aproximamos mais da morte. Tempo não é dinheiro, é vida!
Devemos, portanto, a princípio, começar a nos preocupar mais em passar mais tempo ao lado daqueles que amamos e aproveitar o que a vida tem a nos oferecer. Afinal, como diria Lulu Santos, “não há tempo que volte, amor!”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário