Desde a formação das primeiras sociedades, por mais que diferissem suas configurações, os homens se reuníam em torno da religião, talvez por esta sempre ter servido como uma maneira de explicar fenômenos da vida e da natureza, e conforto para situações de incerteza. Com isso, culturalmente, foi sendo afirmada uma certa dependência do ser com a religião, fazendo com que esta se tornasse um poderoso meio de influência da sociedade.
Nesse viés entra um dos principais assuntos discutidos por Max Weber em seu livro "O Espírito do Capitalismo": a ética protestante. Com a ascensão do capitalismo, alguns dos valores por ele estimulados, como a busca do lucros e a acumulação de riquezas batiam de frente com princípios do principal credo da época, o catolicismo, e também com a tradição de se trabalhar visando as necessidades reais, já que o capitalista deve ir além disso. A ascensão do protestantismo foi estimulada, então, justamente por ser condizente com a configuração de tal modo de produção, uma vez que conecta a ideia de acumulação de capital à virtude e eficiência do ser humano, pois este se dá através de trabalho, vocação.
Desse modo, visto que o protestantismo acaba por modificar a consciência dos homens, eles são ainda mais dominados pela sede de capital, colocando este como finalidade última em sua vida, segundo Weber, e esse é o motor do capitalismo. O espírito capitalista então se consolida cada vez mais, o ímpeto de "não gastar", e sim acumular, racionalizar, moldando o novo tipo de homem que, se não seguir as regras, será marginalizado da sociedade, e assim sobreviver na economia de mercado torna-se fundamental.
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