Vivemos em um mundo ocidentalizado, que prega a garantia dos
direitos humanos, o modelo democrático de governo e a liberdade das pessoas.
Com isso, criamos a ilusão de que pertencemos a uma sociedade mais justa e que
tem maior respeito às necessidades humanas e não percebemos que, a todo
momento, sofremos uma enorme coerção social.
Se pensarmos, por exemplo, no uso da burca – tão criticado
por alguns no mundo ocidental – e no simples fato de comermos de garfo e faca,
conclui-se que ambos são hábitos que foram impostos às pessoas de suas
respectivas sociedade e, portanto, limitaram a sua liberdade individual. Aliás,
pensando ainda por esse lado, qual a diferença entre a imposição do uso da
burca e a imposição dos padrões de beleza nos países ocidentais?
A verdade é que as duas violentam o direito de escolha das
mulheres segundo a sua própria vontade e marginalizam aquelas que não seguirem
os padrões colocados como corretos na sua sociedade. O reflexo de tal coerção
pode ser percebido com o aumento do número de casos de bulimia e anorexia
conforme a exploração do padrão de beleza da mulher magra foi intensificado.
Estes são apenas pequenos exemplos, mas seguimos um padrão
repleto de imposições, as quais, muitas vezes sequer percebemos: o uso de
talheres, o uso obrigatório de nossas roupas – garantido, aliás, por lei -, o
modo de andar, a maneira de falar etc. Às vezes, notamos que algumas pessoas
não se submetem a tais hábitos e criam uma maneira alternativa de agir,
passando a ser, inicialmente, marginalizadas. Entretanto, com o tempo,
formam-se grupos que estabelecem um novo padrão, com novas imposições, como é o
caso dos hippies, punks e emos, por exemplo.
Assim sendo, percebe-se que é praticamente inevitável a
criação de regras e padrões a serem seguidos em uma determinada agrupamento
social. Podemos pensar até mesmo em uma única família, que estabelece suas
próprias regras e um modo de agir para serem seguidos em casa. O membro da
família que não se adequa a esse modelo passa a ser cobrado pelo restante da
família, podendo até mesmo ser expulso de casa. Isso é estendido para o
restante da sociedade, em vilarejos, cidades ou países.
Nenhum comentário:
Postar um comentário