A Ilusão da Liberdade
“Liberdade: essa palavra
que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não
entenda”
Vivemos atualmente sob o signo do liberalismo, palavra que
remete, antes de tudo, à liberdade - não apenas econômica, mas política e
social. Assim, desde muito cedo somos levados a dar um grande valor à liberdade.
Contudo, será que todas as nossas crenças e opiniões, em que
acreditamos estar usando nossa liberdade de escolha, realmente são frutos de
nosso livre-arbítrio?
Quando crianças, nossos pais nos “educam”, impondo-nos uma
maneira de pensar: quais valores seguir, em quais crenças acreditar... Com o
passar do tempo, vamos sendo iniciados em novas instituições além da família,
como a escola e a igreja. Dessa forma, muitas outras ideias vão sendo impostas
em nossa consciência. Exemplo disso é o desespero que sentimos quando não há
nada para fazer ou quando dormimos o dia todo. Há, assim, uma aceitação do ócio
como algo prejudicial, legado do protestantismo e base do capitalismo. Percebemos,
desse modo, que nossas escolhas não passam de ilusão.
Será, então, que não há nenhum modo de exercer a tão sonhada
liberdade? Podemos, primeiramente, agir cartesianamente, colocando em dúvida
tudo aquilo que acreditamos como sendo o “correto”. Após essa revisão de
valores, devemos buscar conhecer as doutrinas que antes imaginávamos como
inadequadas. Assim, se uma pessoa é inicialmente adepta ao capitalismo, deve
colocar sua maneira de pensar em questionamento e, totalmente despido de suas
crenças, buscar conhecer os outros modelos. Somente desse modo, ela poderá seguir
ou não o capitalismo de acordo com sua verdadeira escolha.
Entretanto, ainda que tenhamos escolhido qual doutrina
seguir, somos a todo momento levados a agir de acordo com a consciência
coletiva dessa teoria. Dessa forma, percebemos que não há como exercer um
livre-arbítrio total, uma vez que vivemos em sociedade.
Assim, ainda que procuremos minimizar a falta de liberdade,
colocando em dúvida nossas crenças e redefinindo valores, sempre seremos marionetes
sociais. A liberdade é uma ilusão. E a única forma de realmente possuirmos
livre-arbítrio é, infelizmente, a morte.
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