Émile Durkheim
em sua obra “As regras do método sociológico” discute sobre algo chamado “causa
eficiente” que transmitiria uma mensagem para todo o corpo social, para evitar,
ou parar uma lesão nesse corpo. Mas, sendo o Brasil um corpo fortemente
baleado, há causas eficientes possíveis para tanto?
Tentamos o positivismo por um bom intervalo de tempo, temos o “ordem e progresso” em nossa bandeira, mas o resultado não foi o esperado, já que tudo que tivemos foram revoltas e mais abalos no corpo social no início do século XX.
Tentamos o positivismo por um bom intervalo de tempo, temos o “ordem e progresso” em nossa bandeira, mas o resultado não foi o esperado, já que tudo que tivemos foram revoltas e mais abalos no corpo social no início do século XX.
Por outro lado,
pode ser que estejamos encontrando um caminho, dessa vez mais durkheiminiano: A
operação da Secretaria Municipal de assistência social do Rio de Janeiro acolheu
65 pessoas da cracolândia do Jacarezinho em abrigos, sendo 5 deles menores de
idade; os fortemente dependentes são levados a tratamento em uma das quatro
unidades de abrigamento compulsório. Ao menos, teoricamente, a ação parece boa,
mais próxima de uma causa eficiente, apesar de não sabermos exatamente como procedem
a essas ações.
Drukheim e
Comte defendem que cada individuo tem seu lugar na sociedade, de igual
importancia, porém há lugar para essas pessoas? Qual seria? É nesse ponto que
entra talvez a causa mais eficiente para o Brasil: a educação. Em longo prazo,
esta abre espaço para essas pessoas no corpo social, além de resolver outras
lesões. Problema: o investimento nessa causa deve vir de uma parte já
lesionada, o Estado. Então, essa de causa eficiente, de parar uma lesão, vale
pro Brasil, ou já somos terminais?
Murilo Aires
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