Tenho controle de minha vida? Essa pode ser uma pergunta que inicia todo o estudo sociológico durkheimiano. Nossas ações, decisões, são pura e simplesmente pessoais ou são internalizadas tão profundamente que nós as tomamos como nossas?
E assim, com esses questionamentos perturbadores, Durkheim inicia o estudo sociológico não como especulação, mas como ciência fundamentada. O ser, observável em eventos públicos, torna-se componente de uma grande massa com mesmos costumes, cultura e consequentemente com as mesmas ações para determinadas situações. Como cada homem é diferente do outro isso nunca seria possível espontaneamente, a não ser que todas essas concepções fossem introduzidas profundamente no ser, aos poucos, como se fosse algo natural. No filme “A origem” do diretor Christopher Nolan, o protagonista consegue manipular sua esposa de tal forma que ao introjetar uma ideia, muito profundamente, ela absorve tal qual como parte de si, como se fosse algo que partiu dela mesma, bem como a sociedade com seus costumes e cultura.
Pensamentos e sentimentos em comum não significam que é um fenômeno analisado socialmente e confirmado, comprovado pela sua grande repetição, e sim que as pessoas são predispostas à eles. Dessa forma, nossas escolhas em uma sociedade, se dentro do padrão tido como normal ou aceitável, são ínfimas, ou quase insignificantes, pois somos tomados não só pela não compreensão desse fenômeno, mas também manipulados por diversas instituições e órgãos a aceitar e agir de um mesmo modo para que a sociedade como um todo continue com uma certa coesão, harmonia, interessante à um grupo, ou simplesmente a preguiça toma as pessoas, devido à diversos fatores diários que não possibilitam toda a sociedade refletir sobre si, pela falta de tempo, oportunidade e dinheiro.
Então, ninguém está acima dessas ideias introjetas, nem mesmo o sociólogo, pois cresceu com uma gama de aspectos que, de tão arraigados, continuarão nele, mesmo depois de ter consciência desse fato.
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