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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Hobby: revolucionário

A inquietação humana já foi demonstrada em outros textos, creio. Analisar o tema proposto sob a perspectiva de Weber nos possibilita aprofundar ainda mais essa necessidade humana de gritar, de esbravejar e de lutar até últimas instâncias por seus anseios, ainda que, muitas vezes, estes não sejam de fato “dignos” de uma luta tão feroz.
Considerando a linha de análise de Weber acerca da racionalização da vida, podemos concluir que não há uma lógica comum que possibilite sua compreensão. Diversos fatores passionais influem na essência humana e impossibilitam sua racionalização de fato. Embasados nos anseios do Direito natural o ser humano sempre buscará motivo para lutar, para protestar, para revolucionar.
Em nossa contemporaneidade encontramos inúmeros exemplos desse afloramento do Direito natural. Entretanto, para uma explanação mais concreta iremos nos ater na realidade mais próxima. A ocupação da reitoria da FFLCH, da USP, ilustra muito bem o que se deve focar. De um lado tem-se um pequeno número de estudantes que querem uma revolução por algo que poderia ser resolvido de outras formas, de outro a mídia ocupa-se de demonizar os envolvidos no caso.
Mesmo não tendo tanta relevância para essa ocasião deve-se repudiar a ação de alguns jornalistas que chegaram ao cúmulo de dizer que o único papel do estudante é estudar e ponto final. Isso explícita o ponto totalmente contrário dessa “revolução”, sendo quase uma “contrarrevolução”. O espaço universitário deve sim ser palco de politização e mobilização, ainda mais quando se trata de uma faculdade de humanas da mais importante universidade pública do país.
Com certeza, é muito fácil invadir um prédio público usando roupas de marcas e com uma família rica a tiracolo, esses “revolucionários” não sentem na pele o que deveria sentir para agir como tal. Todavia, os “contrarrevolucionários” também deveriam se calar, o discurso conservador que luta pela manutenção da moral e dos ‘bons costumes’ e a célebre frase “este são o futuro de nosso país” estão saturados e chegam a ser mais hipócritas que o outro lado.
O Direito natural é meio de transformação para o Direito natural, isso, porém, deveria ocorrer quando o motivo pelo qual o brado humano grita tivesse de fato um estímulo relevante. A vontade de lutar está com uns e o motivo com outros. Motivos válidos existem, mas estão em silêncio.
Tema: O direito natural aos homens e a revolução: qual revolução?

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