Podemos duvidar nos dias atuais?
A
ciência moderna teve ascensão após críticas de René Descartes sobre a filosofia
antiga em meados do século XVII. Em sua obra “Discurso do Método”, o filósofo pretende mostrar como conduziu seu
método para aumentar de forma gradativa o conhecimento, ou seja, alcançar a
razão (ou verdade).
Seu
método propõe romper com o conhecimento tradicional e se basear no conhecimento
racional, se utilizando da razão para transformar e dominar o mundo, além de
criar meios para que o conhecimento tenha utilidade e seja produtivo. Acredita
também que o conhecimento é a base do conhecimento futuro, e que devemos deixar
de lado todo e qualquer sentimento e pré-noção, levando em consideração apenas
o conhecimento atingido pela razão (e não transmitido por demonstrações e
hábitos). Com a célebre frase “Eu penso, logo existo”, Descartes afirma que sua
essência é baseada apenas no pensar, não necessitando de lugar nem coisa
material.
Duvidar
é o princípio fundamental de seu método; devemos rejeitar o senso comum e atingir
a razão científica pormenorizando nossos questionamentos. Para Descartes, o
limite para a dúvida era Deus (seu alicerce, sem ele cairia no abismo), o qual
não provou sua existência, mas racionalizou-a. Ele acreditava que todo seu
conhecimento havia sido “colocado” por um ser superior e mais perfeito que ele,
possuidor de todo o conhecimento. Atualmente esse pensamento nos parece um
pouco contraditório, mas na época, Descartes o seguia como verdade.
Compartimentar
o conhecimento, conduzir do mais simples para o mais complexo e fazer relações
entre as partes são os outros princípios básicos da razão científica. Devemos
aplicar essas verdades nos dias atuais: ao duvidar de questões que nos parecem
verdades absolutas e analisar as situações de maneira crítica, atingiremos à
verdade com base na razão. Uma situação muito atual em que essas verdades poderiam
ser aplicadas é a discussão nas redes sociais sobre a redução da maioridade
penal no Brasil. Pessoas sem o menor conhecimento utilizam argumentos vagos
para defender ideais que nem sempre são seus, criando discussões sem fundamento.
Ao aplicar a dúvida cartesiana, as pessoas se libertariam do senso comum, e poderiam
definir o que é melhor para o país.
Amanda Barbieri Estancioni
1º ano - Direito matutino
Introdução à sociologia - Aula 02
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