A razão como “norte” do homem
René Descartes, nascido em La
Haye,França,além de ter contribuído grandiosamente para a Filosofia,também
realizou grandes feitos como físico e matemático. Em sua obra “Discurso do
método”, o filósofo expõe a ideia de como a razão é a condutora da vida humana,
além de ser uma maneira de explicar o mundo. Assim como afirma Maquiavel que a
racionalidade especifica o ser humano, Descartes explica o racionalismo como a
capacidade de se guiar ou se pautar em algo racional.
Descartes inaugura a filosofia
moderna e a obra em questão aborda a razão como um caminho para a verdade, algo
que auxilia o homem a diferenciar o verdadeiro do falso, com o intuito de
caminhar com segurança na vida. Além disso, traz ensinamentos acerca da dúvida,
algo presente no cotidiano do homem, e aponta a necessidade de questionar e
duvidar. Para tal efeito, indica qual método seguir para bem conduzir sua
razão.
O termo “cartesiano” assume a ideia
de algo pragmático e inflexível. Por outro lado, Descartes explicita a
necessidade de se fazer uso da ponderação, já que para ele todo excesso tende a
ser maléfico. Ressalta também algo que assombra todos os indivíduos: a
dificuldade em distinguir opiniões verdadeiras, sem que haja remorso ou
possíveis arrependimentos. Ainda nesse contexto, em relação a uma
característica do ser humano em almejar “tudo”, algo que o autor define como
“vontade do mundo”, como o personagem da obra “ A Cidade e as Serras” do
escritor português Eça de Queiroz,Jacinto, em paralelo com a característica
exposta por Schopenhauer de quando atingir o que se quer,não mais
querê-lo.
Autor da célebre frase “penso, logo
existo”, Descartes expõe como a razão deve superar os sentidos humanos, já que
estes não são completamente seguros.Nesse sentido, aponta Deus como um
“ser-perfeito” livre das imprecisões que são intrínsecas ao homem,além disso,
Ele que concede ao homem a luz necessária para diferenciar o verdadeiro do
falso além de possuir o substrato da razão humana.
Segundo o poeta português Luiz Vaz
de Camões “Onde a razão se governa pela vontade,há muito que praguejar e pouco
que louvar.” No contexto atual , no que tange à política e à forma que os
indivíduos têm agido, em relação à insatisfação com o governo vigente,
percebe-se que a razão, característica exclusiva dos seres humanos, tem sido
substituída pela brutalidade e falta de discernimento. Prova disso é o
constante pedido de retorno do governo militar como tentativa de “salvar” o
país. Fato que demonstra a ausência de atitudes racionais que cedem lugar a
condutas eivadas apenas de sentimentos passionais,uma vez que é inegável as
inúmeras violações de direitos cometidas naquele período.
É válido ressaltar como a razão conduz
a natureza humana, visto que a partir dela os indivíduos são possibilitados de
viverem em sociedade e não atingirem a barbárie. Ainda que imperfeitos, os
seres humanos ao longo da história da evolução humana, dotados de racionalidade
promoveram grande feitos para o meio em que vivem, o que prova como tal
ferramenta exclusiva de seres que aplicam o conhecimento têm a capacidade de
promover mudanças e atuar como um “guia” de todos os indivíduos.
Gabriela Cabral Roque
1º ano - Direito Diurno
Introdução à Sociologia - Aula 02
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