A razão utilizada no senso comum é como a visão defeituosa sem um óculos de grau, ou seja, a realidade ao redor torna-se confusa e imprecisa, incapacitando, assim, o individuo de perceber as nuances e complexidade do mundo que o cerca.
Assim, o senso comum usa a teoria de Descartes de maneira rasa e supérflua ignorando, muitas vezes, o preceito de que tudo deve ser questionado, portanto, acarretando conclusões ideologicamente frágeis. Tal fenômeno é bastante atual e pode ser notado no crescimento do discurso reacionário e na defesa de políticas conservadoras dentre a população brasileira.
A resistência social em relação ao casamento homoafetivo, por exemplo, é baseada no preceito de que como duas pessoas do mesmo sexo não reproduzem-se, logo, se for oficializado a casamento homoafetivo a população iria diminuir substancialmente.
Ora, há nesse discurso uma clara demonstração do uso superficial da razão pois é utilizada uma lógica pragmática que desconsidera vários outros aspectos da situação, como, o que parece óbvio, não é porque o casamento entre pessoas do mesmo sexo é legal que toda a população irá se submeter a ele. O casamento homoafetivo apenas daria a população gay a liberdade a qual lhes é de direito: de expressar e oficializar seu amor e relacionamento.
Tal uso do senso comum pode ser notado na defesa da diminuição da maioridade penal, da intervenção militar, do fim da assistência estatal a população de baixa renda, entre outros diversos tópicos em pauta hoje no Brasil, isso nos mostra como o uso da razão supérflua e não crítica é danosa ao funcionamento e a evolução dos direitos sociais.
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