Na obra de René Descartes: Discurso do Método, o filósofo
afirma que o bom senso/razão é partilhado pelos homens de seu tempo, os quais,
dessa forma, têm o poder de julgar e discernir o que é falso ou verdadeiro a
partir da maneira com que aplicam a razão. Assim, é evidente que os homens
julgarão de maneira diferente, pois nem todos guiam seus pensamentos pelos
mesmos caminhos.
Para sempre andar pelo ‘’caminho da verdade’’, Descartes
se sente satisfeito ao elaborar um método que o ajuda a buscar sempre pelo
acerto e pelo aperfeiçoamento, com ajuda da razão. Esse método cartesiano consiste em aumentar de forma
gradativa o conhecimento e evitar que se
chegue às opiniões equivocadas, visando colher frutos produtivos.
Em sua obra, nota-se que o filosofo é cético em relação às
opiniões visando buscar uma verdade absoluta por meio da dúvida. A
desconfiança, para ele, é uma peça-chave para se chegar ao conhecimento.Para aumentar sua
bagagem cultural, aproveitou, enquanto era jovem, para viajar e conhecer o
mundo, seus hábitos, culturas e povos para tirar proveito do
que seria útil. Percebeu, assim, que a verdade é muito particular, resultando em divergências de pensamento entre as pessoas. Com isso, Descartes
mostra-se cético em relação a conclusões tomadas a partir do ''hábito'', uma vez que pode induzir ao erro e ofuscar a capacidade de
agir com a razão.
Portanto, antes de ter certeza sobre algo, instaurou uma moral
provisória a fim de viver moderadamente; submetia
todas as suas opiniões à analise minuciosa, e também procurava se basear nas pessoas mais sensatas, verificando se suas ações condiziam com o
que falavam. Deveria ser firme e decidido em suas ações para conseguir realizar seu
objetivo. Para descartes, o único poder
ilimitado que temos é o do nosso pensamento, e assim discorda da atitude de
filósofos antigos que tem o
pensamento como meio de induzirem outras pessoas e seu modo de pensar ao certo
e ao errado, não utilizando o bom senso.
A dúvida metódica, para Descartes, é
proposta como um meio para se chegar à certeza, se apresentam ao espírito com estabilidade e ocorrem a maioria das pessoas da mesma maneira, independente das experiências dos sentidos. Para o filósofo europeu, só uma certeza é primeira diante de
todas as demais: eu penso, logo existo.
A constância do eu face a mutabilidade levou Descartes a considerar
a alma como separada do corpo (dualismo) e, portanto, da análise
da ''perfeição imperfeita'', pôde concluir pela
suposição a existência de um SER PERFEITO, que é Deus, que originou tudo que existe. Nota-se que é a elevação da mente acima dos sentidos que
permite chegar a esta conclusão, por ser puramente racional.
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